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Madeira: JPP diz que produtores de cana-de-açúcar são escravos da autonomia

O presidente do Grupo Parlamentar destacou os “míseros 28 cêntimos pagos ao produtor por quilo de cana-de-açúcar, dos quais 17 cêntimos provêm da União Europeia e apenas 11 cêntimos do setor, valor manifestamente insuficiente para valorizar o trabalho árduo da agricultura”.
7 Março 2022, 17h09

O líder parlamentar do Juntos pelo Povo (JPP), Élvio Sousa, disse, esta segunda-feira, que os produtores de cana-de-açúcar são escravos da autonomia, “à semelhança daquilo que acontece também com os produtores de banana”.

Élvio Sousa frisou que, “após mais de 40 anos de autonomia, os produtores de cana-de-açúcar, que cultivam um dos produtos mais relevantes da promoção da economia regional são, infelizmente, escravos do poder politico”.

O presidente do Grupo Parlamentar destacou os “míseros 28 cêntimos pagos ao produtor por quilo de cana-de-açúcar, dos quais 17 cêntimos provêm da União Europeia e apenas 11 cêntimos do setor, valor manifestamente insuficiente para valorizar o trabalho árduo da agricultura”.

Para além da reivindicação de um preço mais justo, que valorize, efetivamente, o seu trabalho, os agricultores denunciam o pagamento tardio pois “muitos deles só veem o pagamento final seis a oito meses após terem entregue a cana nas industrias transformadoras”, referiu o deputado.

Por estes motivos, o JPP comprometeu-se a apresentar, ainda este mês na Assembleia Legislativa da Madeira, uma iniciativa legislativa “no sentido de criar uma compensação financeira mais justa aos produtores de cana-de-açúcar sobretudo nesta fase de aumentos dos custos de produção, em especial o preço do adubo agrícola que passou a custar mais cinco a seis euros cada saco”, realçou.

“O preço por quilo tem de ser urgentemente revisto e este é o momento de fazer justiça, compensando, verdadeiramente, os agricultores com as ajudas dos fundos europeus”, referiu.

Élvio Sousa frisou que os jovens agricultores que se dedicam, em exclusivo, a este setor estão “desmotivados pois, com estes preços e em face dos custos de produção a aumentar, estão a trabalhar para aquecer”, e vincou que os últimos recenseamentos mostram uma “redução da população agrícola de mais de 3.800 pessoas e da redução de 15% na superfície agrícola, indicadores que comprovam a necessidade urgente de investimento sério neste setor”, concluiu

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