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Mais uma contraordenação do Banco de Portugal a Ricardo Salgado. Processo Eurofin concluído

Ricardo Salgado sofre mais uma coima do Banco de Portugal. Desta vez por causa da triangulação com a Eurofin que lesou o banco para financiar o GES. Ao ex-presidente do BES foi aplicada coima de 4 milhões; a Morais Pires 3,5 milhões e a José Manuel Espírito Santo 1,25 milhões.
17 Setembro 2020, 20h51

O Banco de Portugal notificou esta semana os condenados num novo processo de contra-ordenação ligada ao universo BES. Desta feita é o processo sobre a criação do veículo suíço Eurofin que serviu para, numa triangulação, financiar as empresas do GES à custa de perdas para o banco.

Fonte oficial do Banco de Portugal não comentou.

Ricardo Salgado foi condenado a uma coima de 4 milhões de euros; Amílcar Morais Pires condenado com coima de 3,5 milhões e José Manuel Espírito Santo a uma multa de 1,25 milhões, avançou o Expresso e confirmou o Jornal Económico. Esta operação descoberta no tempo de Vítor Bento como CEO do banco, esteve na origem da resolução do BES, em 3 de agosto de 2014. Tratou-se da recompra das obrigações desvalorizadas que o BES tinha emitido e vendido à Eurofin.

O BES Finance emitia obrigações que eram compradas em primeira instância (ou seja, no mercado primário) pela BES Vida, que depois as vendia à Eurofin, que as revendia a clientes BES através de vários mecanismos: colocando-os nas carteiras de investimentos dos clientes. Depois a BES Vida recomprava essas obrigações que não tinham valor. Mas quando, em 2014, o BES entra em problemas, os clientes começam a querer desfazer-se das obrigações BES que tinham em carteira. Como ninguém as quer comprar as taxas de juro de mercado aumentam. Na prática, quer dizer que os compradores queriam um desconto para ficar com as obrigações: só as compram se forem muito mais baratas, o que geraria uma perda para os seus detentores. Um esquema que precipitou a queda do BES ao gerar a necessidade de registar uma provisão de perdas potenciais de 1.250 milhões de euros, não contemplados na almofada de capital que, um mês antes da intervenção no banco, todos declaravam suficiente.

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