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Manhattan chinesa já não é mais uma “cidade fantasma”

O projeto de construção da cidade tornou-se o maior expoente da bolha imobiliária asiática e símbolo da loucura e risco financeiro da China. O projeto de 50.000 milhões de dólares está a ser apoiado pelo presidente Xi Jinping, que quer tornar a cidade Tianjin num porto crucial para a revitalização da China do Norte.
18 Maio 2017, 20h45

A réplica da famosa cidade de New York City, Manhattan, construída para ser o novo centro financeiro de Tianjin e Norte da China não é mais a “cidade fantasma” de outrora. Com mais de 1,59 quilómetros quadrados de ruas e edifícios, a cidade portuária chinesa começa gradualmente a ganhar vida e aos poucos os apartamentos e escritórios vão sendo ocupados.

O projeto de construção da cidade tornou-se o maior expoente da bolha imobiliária asiática e símbolo da loucura e risco financeiro da China, quando em 2014 surgiram os primeiros relatos de pessoas que havia sido contratadas na nova cidade portuária, que não era no entanto mais do que uma cidade fantasma, com um sem-número de arranha-céus e escritórios desocupados.

“O lugar estava vazio”, lembra Zhang Zhenhua, que foi contratado na altura como guarda de segurança em um complexo de apartamentos de luxo. “Não se via ninguém na rua”.

Quase meia década mais tarde, a Manhattan chinesa é hoje um novo espaço. Os arranha-céus vazios deram lugar a torres de escritórios e lojas e os apartamentos inacabados estão aos poucos a finalizados e vendidos. A contribuir para este cenário está um novo empurrão dado pelo presidente Xi Jinping para tornar a cidade num porto crucial para a revitalização da China do Norte.

“Os apartamentos não estão cheios, mas estão cada vez mais ocupados”, afirma Michael Hart, diretor da corretora imobiliária Jones Lang LaSalle, em Tianjin. “O projeto está a ser em grande parte impulsionado pelo Governo, mas há sinais de que indústrias privadas estão também a chegar”.

O projeto de 50.000 milhões de dólares tem em vista as novas rotas de comércio que o Governo chinês quer abrir na Ásia, Europa e África.

“Queremos que a cidade se torne um dos maiores portos do mundo como Singapura ou Hong Kong”, explica Xiao Sheng, vice-diretor da Área de Livre Comércio das Tianjin. “Queremos desenvolver um novo modelo de negócios e desenvolvimento que poderiam ser transferidos para outras regiões da China”, acrescenta.

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