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Marcelo afasta adiamento das presidenciais e defende que não há alternativa ao confinamento geral

Atual Presidente da República disse no debate com Ana Gomes que residentes em lares poderão ser abrangidos no voto em isolamento profilático nas presidenciais de 24 de janeiro e garantiu que todos os partidos recusaram a revisão constitucional que permitiria adiar a votação.
  • Marcelo Rebelo de Sousa em debate com Ana Gomes
9 Janeiro 2021, 23h54

O Presidente da República e candidato à reeleição Marcelo Rebelo de Sousa disse no debate com Ana Gomes, realizado neste sábado na RTP1, que “não há alternativa ao confinamento geral” perante o aumento do número de casos e de mortes causadas pela pandemia de Covid-19, admitindo que ainda não está definido se o ensino presencial será mantido. Mas respondeu à antiga eurodeputada socialista, para quem em vez disso “devia haver proteção e apoios específicos aos principais grupos de risco”, que a participação na eleição marcada para 24 de janeiro, cujo adiamento considera inviável, ficará salvaguardada no decreto do próximo estado de emergência.

O atual chefe de Estado acredita que é possível ter os utentes dos lares entre aqueles que podem ser incluídos no voto antecipado e voto em isolamento profilático, o que também passará pela interpretação das autoridades sanitárias e por um decreto-lei automaticamente promulgado. No entanto, Ana Gomes contrapôs que os autarcas consideram “impraticável” esse sistema de voto e criticou também a “situação indigna”, pela qual responsabilizou o Ministério da Saúde e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, da existência de três mil lares ilegais em Portugal e de muitos portugueses hospitalizados por falta de lugar em residências para a terceira idade.

Marcelo Rebelo de Sousa voltou a assumir a “máxima responsabilidade” em tudo o que correu mal na resposta à pandemia, mas destacou dois aspetos que devem ser levados em conta. Por um lado, as “expectativas muito elevadas quanto à vacinação”, descrita pelo Presidente da República como “um processo para um ano e meio”, e por outro o reconhecimento de que o “pacto de responsabilidade” que propôs aos portugueses aquando do alívio da medidas restritivas durante o Natal e o Ano Novo não funcionou como esperava.

O debate na RTP1 começara com Ana Gomes a apontar a Marcelo Rebelo de Sousa o erro de ter marcado as eleições tão tarde, “impedindo que se previssem medidas para não haver uma elevada abstenção”, mas o chefe de Estado recordou que constitucionalmente só era possível realizá-las a 17 ou 24 de janeiro, devido aos prazos após o termo do mandato presidencial.

Realçando a necessidade de ouvir os últimos dados dos especialistas quanto à evolução da pandemia – com Ana Gomes e os restantes candidatos presidenciais convidados a participar na reunião do Infarmed da próxima terça-feira, no que disse ter sido uma ideia sua aceite pelo Governo -, Marcelo acrescentou que a possibilidade de uma revisão constitucional que permitisse adiar as presidenciais foi abordada com as forças representadas na Assembleia da República, mas todos indicaram que não a desejavam.

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