O Presidente da República e candidato à reeleição Marcelo Rebelo de Sousa disse no debate com Ana Gomes, realizado neste sábado na RTP1, que “não há alternativa ao confinamento geral” perante o aumento do número de casos e de mortes causadas pela pandemia de Covid-19, admitindo que ainda não está definido se o ensino presencial será mantido. Mas respondeu à antiga eurodeputada socialista, para quem em vez disso “devia haver proteção e apoios específicos aos principais grupos de risco”, que a participação na eleição marcada para 24 de janeiro, cujo adiamento considera inviável, ficará salvaguardada no decreto do próximo estado de emergência.
O atual chefe de Estado acredita que é possível ter os utentes dos lares entre aqueles que podem ser incluídos no voto antecipado e voto em isolamento profilático, o que também passará pela interpretação das autoridades sanitárias e por um decreto-lei automaticamente promulgado. No entanto, Ana Gomes contrapôs que os autarcas consideram “impraticável” esse sistema de voto e criticou também a “situação indigna”, pela qual responsabilizou o Ministério da Saúde e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, da existência de três mil lares ilegais em Portugal e de muitos portugueses hospitalizados por falta de lugar em residências para a terceira idade.
Marcelo Rebelo de Sousa voltou a assumir a “máxima responsabilidade” em tudo o que correu mal na resposta à pandemia, mas destacou dois aspetos que devem ser levados em conta. Por um lado, as “expectativas muito elevadas quanto à vacinação”, descrita pelo Presidente da República como “um processo para um ano e meio”, e por outro o reconhecimento de que o “pacto de responsabilidade” que propôs aos portugueses aquando do alívio da medidas restritivas durante o Natal e o Ano Novo não funcionou como esperava.
O debate na RTP1 começara com Ana Gomes a apontar a Marcelo Rebelo de Sousa o erro de ter marcado as eleições tão tarde, “impedindo que se previssem medidas para não haver uma elevada abstenção”, mas o chefe de Estado recordou que constitucionalmente só era possível realizá-las a 17 ou 24 de janeiro, devido aos prazos após o termo do mandato presidencial.
Realçando a necessidade de ouvir os últimos dados dos especialistas quanto à evolução da pandemia – com Ana Gomes e os restantes candidatos presidenciais convidados a participar na reunião do Infarmed da próxima terça-feira, no que disse ter sido uma ideia sua aceite pelo Governo -, Marcelo acrescentou que a possibilidade de uma revisão constitucional que permitisse adiar as presidenciais foi abordada com as forças representadas na Assembleia da República, mas todos indicaram que não a desejavam.
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