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Marcelo Rebelo de Sousa admite agravamento do estado de emergência neste fim-de-semana

Presidente da República admitiu que Governo poderá reagir ao aumento no número de infetados com Covid-19 durante o debate presidencial com André Ventura. E disse que o presidencialismo defendido pelo presidente do Chega “iria conduzir à ditadura em Portugal”.
  • Marcelo Rebelo de Sousa em debate com André Ventura
6 Janeiro 2021, 22h48

O Presidente da República e candidato à reeleição Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que as medidas do estado de emergência poderão ser agravadas já neste fim-de-semana, respondendo ao aumento do número de infetados com Covid-19, com a pandemia a ultrapassar a barreira dos dez mil casos diários nesta quarta-feira. Mas durante o debate presidencial com André Ventura, realizado pela SIC, o chefe de Estado também ouviu do interlocutor acusações de ter “permitido a maior infâmia” ao libertar presos “enquanto os portugueses estavam confinados” e críticas a “restrições ridículas” nos horários de funcionamento de restaurantes e supermercados com que “foram surpreendidos à meia-noite pelo Governo”.

Num debate em que começou por dizer que não vê em André Ventura e no Chega uma ameaça à democracia mas acabou por dizer que o sistema presidencialista defendido pelo rival nas eleições presidenciais “iria conduzir à ditadura em Portugal”, Marcelo Rebelo de Sousa assumiu-se como “Presidente dos desempregados, dos imigrantes e dos reformados”, estabelecendo diferenças em relação ao que disse ser a vontade de “separar entre bons e maus” do líder do Chega.

Outro ataque a André Ventura teve a ver com a visão daquilo que está em jogo nas eleições de 24 de janeiro. “Não faço das presidenciais umas primárias das legislativas”, disse, apontando ao deputado único e presidente do Chega a ambição de “acumular vários projetos políticos” enquanto ele próprio apenas se candidata à Presidência da República.

Perante as acusações de excesso de ligações ao Governo, repetidas durante o debate, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “vetou quando tinha de vetar” e defendeu que respeitou a existência de maiorias de esquerda na Assembleia da República da mesma forma que respeitou a maioria de direita que passou a existir na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, o que levou à posse do governo liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, que conta com apoio parlamentar do Chega.

 

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