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Mariana Mortágua acusa PS de usar “melhor artilharia” para evitar que BE influencie banca, serviços públicos e trabalho

A parlamentar do Bloco de Esquerda considerou, na XII Convenção Nacional do partido, que a “ideia de enfrentar a elite financeira” assusta a direita e o PS, e que é preciso “mudar as regras da finança, do trabalho e ter serviços públicos fortes”.
22 Maio 2021, 16h45

A deputada bloquista Mariana Mortágua acusou este sábado o Partido Socialista (PS) de ter guardado “a melhor artilharia” para evitar que o Bloco de Esquerda (BE) influencie a banca, serviços públicos e trabalho. A parlamentar do BE considera que a “ideia de enfrentar a elite financeira” assusta a direita e o PS, e que é preciso “mudar as regras da finança, do trabalho e ter serviços públicos fortes”.

“O PS tomou uma decisão nesta legislatura. Guardou a melhor artilharia para evitar que o BE influencie três áreas: banca, serviços públicos e trabalho. E por isso ficam tão irritados quando conseguimos fazê-lo”, atirou Mariana Mortágua, na apresentação da moção A, intitulada “Sair da Crise, Lutar contra a Desigualdade”, na XII Convenção Nacional do BE, que decorre este fim de semana em Matosinhos, no distrito do Porto.

A deputada recordou que o Governo chamou de “bomba atómica” o travão a um nova injeção de capital no Novo Banco, que foi inscrito no Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) à revelia do PS, e intitulou de “perigo” ou “inconstitucional” outras medidas de apoio social aprovadas pelo BE no Parlamento. “Mas tivemos razão nos apoios sociais, na saúde e no Novo Banco”, defendeu.

Segundo a deputada do BE, “a ideia de enfrentar a elite financeira deixa a direita e a extrema-direita aterradas, mas também assusta o PS”. Face à “desfaçatez dos antigos representantes dessa elite”, Mariana Mortágua entende que é preciso confrontar “todos os banqueiros, flibusteiros de cartola e empresários da fortuna fácil porque o país tem de saber o que acontece quando se deixa a economia nas mãos da elite financeira”.

“É um espetáculo degradante. Mas olhem os abutres que compram o país a saldo e verão que pouco mudou”, indica.

Mariana Mortágua considerou ainda que “dívida, especulação e apropriação de bens comuns são as regras do capitalismo financeiro”, que depende “do endividamento e da precariedade em massa”, e sublinhou que a elite económica espera que “o Estado mantenha este estado de coisas” e “não se intrometa em três áreas: na banca, nos serviços públicos e no trabalho”, os mesmos onde disse que o PS não quer o BE.

“Se o fizesse acabariam as desigualdades e o que seria dessa elite financeira? Compreendem agora porque não transigimos? Não somos enfeites nem fantoches na democracia. Queremos sim mudar as regras da finança, do trabalho e serviços públicos fortes. Chamem-lhe socialismo, um projeto de igualdade. Aí têm o projeto do BE. É por ele que vamos à luta”, concluiu.

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