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Mariana Pereira deixa conselho de administração da ERSE ao fim de seis anos (com áudio)

Mandato da vogal chegou ao fim. Tutela da energia tem de propor novo nome.
11 Maio 2023, 13h33

Mariana Pereira deixou o conselho de administração da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). A vogal tinha sido nomeada em maio de 2017 por um mandato de seis anos não renovável que terminou a 8 de março, segundo fonte oficial do regulador, que adianta que vai continuar integrada na ERSE.

“A Dra Mariana Pereira integra atualmente os quadros de pessoal da ERSE, uma vez que o seu vínculo laboral à ERSE era prévio ao exercício de funções enquanto vogal do Conselho de Administração da ERSE”, de acordo com o regulador.

Mariana Pereira foi nomeada para a administração da ERSE em maio de 2017, juntamente com a anterior presidente Maria Cristina Portugal (que morreu em setembro de 2021), pelo então secretário de Estado da Energia Jorge Seguro Sanches. No cargo de presidente sucedeu-lhe Pedro Verdelho que tem mandato até 31 de janeiro de 2025.

O Ministério do Ambiente e a secretaria de Estado da Energia ficam agora responsáveis por propor o nome de um novo vogal ao Conselho de Ministros que ficará responsável pela sua aprovação. A proposta de nome deve ser “acompanhada de parecer da Comissão de Recrutamento e Seleção da Administração Pública relativo à adequação do perfil do indivíduo às funções a desempenhar, incluindo o cumprimento das regras de incompatibilidade e impedimento aplicáveis”, segundo a ERSE.

O JE já questionou o Ministério do Ambiente sobre este processo.

Em 2018, uma nomeação do Governo de António Costa para o regulador acabou por levantar muita polémica, quando o deputado socialista e ex-líder do PS Madeira, Carlos Pereira, foi nomeado como vogal da ERSE, sem ter qualquer experiência no sector energético. Perante as inúmeras críticas, Carlos Pereira acabou por renunciar ao cargo (a Cresap considerou o seu currículo “adequado” para o cargo, apesar de não ter experiência no sector) depois de a comissão parlamentar de economia ter votado desfavoravelmente a sua nomeação; o voto não era vinculativo.

O outro vogal da ERSE é Ricardo Marques Loureiro , ex-adjunto de João Galamba na secretaria de Estado da Energia.  Ricardo Loureiro foi nomeado inicialmente em novembro de 2018 como técnico especialista por João Galamba para a secretaria de Estado da Energia.

Com 37 anos, é licenciado em Economia pelo ISCTE-IUL. Segue-se um mestrado executivo em Finanças pelo INDEG-ISCTE e um programa geral de gestão pela Universidade Católica. Também conta com a frequência em vários cursos relacionados com a regulação energética e com o funcionamento do mercado ibérico de eletricidade na Florence School of Regulation e no Operador do Mercado Ibérico de Eletricidade.

Em termos profissionais, foi primeiro consultor fiscal na EY, depois trader de eletricidade na REN Trading. Segue-se o cargo de economista no departamento de mercados e liquidação na REN e depois economista no departamento de Estudos e Regulação na REN. Em 2016, tornou-se especialista de concorrência no sector energético na Autoridade da Concorrência.

Dois anos depois chegou ao ministério do Ambiente, primeiro como técnico especialista, depois como adjunto de João Galamba, um cargo de estrita confiança pessoal, tendo sido nomeado chefe de gabinete em substituição, cargo que implica mais responsabilidades e controlo sobre tudo o que se passa na secretaria de Estado da Energia.

Licenciada em Economia pela Faculdade de Economia de Coimbra, Mariana Pereira conta com vários programas no currículo, incluindo na Florence School of Regulation – European University Institute e na Judge Business School, University of Cambridge, e com um MBA pela Universidade de Warwick.

Trabalhou 5 anos na Redes Energéticas Nacionais (REN) onde trabalhou na ” área comercial e de gestão contratual da produção” e também esteve “ligada à criação dos mercados de energia de regulação e, nos últimos anos na REN, esteve a trabalhar na área regulação das redes de transporte”, segundo o seu currículo.

Mais tarde integrou os quadros da ERSE “onde colaborou em assuntos relacionados com os custos incluídos nas tarifas de eletricidade e gás natural e esteve envolvida nos assuntos de estratégia internacional, nomeadamente, em termos de reforço de interligações entre a Península Ibérica e França. Foi ainda nomeada para Comissão de Fiscalização da Execução de Política Energética por parte do concessionário da RNT de eletricidade e gás natural”.

Pelo meio, trabalhou no regulador britânico OFGEM (Gas and Electricity Markets Authority) em “assuntos relacionados com o funcionamento dos mercados de energia na Europa e em esquemas de garantia de potência e, recentemente foi adjunta do Secretário de Estado da Energia e coordenadora do Grupo de Trabalho para o Estudo da Hidraulicidade”.

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