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Marinheiro da Ucrânia afundou parcialmente iate de patrão russo: “o meu chefe é um criminoso que vende armas que matam o povo ucraniano” (com áudio)

O iate está avaliado em sete milhões de euros.
27 Fevereiro 2022, 22h22

Um marinheiro ucraniano afundou parcialmente o iate do seu patrão russo em Calvia, na ilha de Maiorca, em Espanha, segundo o “Ultima Hora”.

O homem de 55 anos trabalhava há 10 anos no iate ‘Lady Anastasia’, avaliado em sete milhões de euros.

O iate é detido pelo cidadão russo Alexander Mijeev, presidente executivo de uma empresa russa de armamento Rostec.

O Lady Anastasia tem 48 metros de comprimento, foi construído em 2001, tem capacidade para 10 pessoas em cinco camarotes e conta com bandeira de São Vicente e Granadinas, uma ilha nas Caraíbas.

Apanhado pela polícia disse à Guardia Civil que “o meu chefe é um criminoso que vende armas que matam o povo ucraniano”.

Já em tribunal foi presente a um juiz: “Não me arrependo de nada do que fiz”.

E explicou em tribunal a razão para o seu ataque: “Este sábado durante o meu tempo de descanso vi as notícias sobre a guerra. Havia um vídeo de um ataque de um helicóptero a um edifício de Kiev. O armamento utilizado é produzido pela empresa do proprietário do barco. Estavam a atacar inocentes”. O marinheiro vive em Kiev num prédio semelhante ao atacado.

Duas horas depois de ver o vídeo, o mecânico regressou à embarcação com o objetivo de “vingar-se do dono”, mas somente para causar “danos materiais e não pessoais”.

Para isso, fechou as válvulas de combustível para que não houvessem fugas contaminantes e desligou a eletricidade. Mas abriu uma válvula na casa das máquinas e outra no compartimento onde vive a tripulação para entrar a água.

Depois, avisou três tripulantes para abandonarem o barco e estes consideraram que o que o marinheiro “estava louco”.

Em resposta, o recordou-lhes que também eles eram “ucranianos” e que a sua “pátria tinha sofrido ataques com misseis produzidos pelo dono do barco”. Aos seus companheiros também garantiu-lhes que “assumiria toda a culpa”.

Os três marinheiros tentaram travar a entrada de água com a ajuda de vários trabalhadores de Port Adriano.

O marinheiro ucraniano foi preso no sábado e depois de presente a juiz no domingo foi colocado em liberdade.

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