O ministro das Finanças, Mário Centeno, disse nesta terça-feira, em entrevista à SIC, que “a economia portuguesa está a comportar-se muito melhor do que no trimestre anterior”, destacando entre os bons indicadores a cobrança de IRS e o pagamento de contribuições sociais, capazes de aumentar o seu otimismo quanto ao crescimento do produto interno bruto (PIB).
Ressalvando que a economia mundial vive “momentos de grande incerteza”, tendo em conta o impacto do Brexit e das guerras comerciais, Centeno afirmou que a revisão em baixa do crescimento do PIB em 2019, que o Governo tinha estimado em 2,2%, poderá ficar em apenas duas décimas. No entanto, face à insistência do entrevistador José Gomes Ferreira, o governante não se comprometeu com os 2,0%, dizendo que o crescimento poderá ser de 1,9 a 2,1%.
No que toca à existência de aumentos para os funcionários públicos em 2020, Centeno recordou que o Programa de Estabilidade apresentado em abril de 2018 já previa essa verba, mas salientou que “o próximo Governo tem que saber o que vai fazer que a estabilidade orçamental que este Governo deixa”.
A entrevista começou com uma pergunta sobre as cativações de verbas que contribuíram para a redução do défice público para 0,5% em 2018 à custa de cativações “que impediram a substituição de equipamentos hospitalares” e levaram a que o INEM e forças de segurança tenham helicópteros parados e viaturas em más condições, tendo Mário Centeno retorquido que “nunca em tão pouco tempo houve um reforço tão significativo de verbas” para os serviços públicos.
”Portugal é hoje um país melhor do que era há três anos”, disse o ministro das Finanças, argumentando que as famílias portuguesas levaram mais 8.100 milhões de euros para casa em 2018. Mas perante a insistência do entrevistador acabou por admitir que “as deficiências de Portugal em muitas áreas não vão ser todas resolvidas nesta legislatura”.
Quanto ao aumento da carga fiscal, que o Instituto Nacional de Estatística indicou ter passado de 34,4% do PIB em 2017 para 35,4% em 2018, Centeno disse que é preciso esperar pela estimativa final do PIB do ano passado e mencionou o efeito da diminuição do desemprego nos últimos anos como tendo impacto no acréscimo de impostos coletados.
Quanto ao seu próprio futuro, o ministro das Finanças reagiu com humor às opções avançadas por José Gomes Ferreira – continuar no Governo, sendo presidente do Eurogrupo para depois rumar à Comissão Europeia ou regressar ao Banco de Portugal, mas agora como governador -, brincando com a sua faceta de “manager”, o que levou o jornalista a negar ser “gestor de carreiras”.
”Vamos deixar a legislatura terminar e em setembro falamos disso”, rematou Mário Centeno.
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