Marques Mendes salientou, no seu espaço de comentário habitual na SIC Notícias, que nesta segunda tentativa de venda do Novo Banco vimos pela primeira vez esta semana um ministro [ministra da presidência] assumir que a prioridade é a venda.
“Estamos muito próximos da venda, mais duas ou três semanas. Eu acho que isto vai ser uma venda tipo TAP, ou seja, o Estado deixa de meter dinheiro, mas receber também não recebe no imediato. O privado que ficar com o Novo Banco tem de capitalizar logo o banco em 1.000 milhões de euros este ano. Mas vai pagar em dividendos ao Fundo de Resolução no futuro e vai deixar cair a garantia de Estado”, disse Marques Mendes, reforçando o que já tinha dito na semana passada.
A edição do Expresso de ontem dizia que o Governo quer fechar a venda até março, para não prejudicar a saída de Portugal do procedimento para défice excessivo, cuja decisão informal está prevista para esse mês.
Sobre a CGD com a nova administração já em plenas funções, Luís Marques Mendes disse que Paulo Macedo “é muito competente”, repetindo a avaliação que tinha feito sobre António Domingues. Adiantou que a Caixa agora “tem um Chairman, Rui Vilar, e tem um Conselho de Administração de muita qualidade”. Vincou, contudo, que “tudo isto foi feito com muita serenidade e sem trapalhada nenhuma”, contrastando o processo com a do anterior presidente da CGD, que acabou por sair ao fim de quatro meses.
“Paulo Macedo é mais político do que António Domingues, por isso foi com a comunicação social visitar uma agência a CGD. O que é diferente do habitual”, frisou. Falta ainda aplicar o plano de recapitalização e o plano de reestruturação, lembrou o comentador. “Como vai o Governo reagir à rescisão de contrato com mais de 2000 administradores?”, questionou Marques Mendes.
Fitch foi “balde de água fria”
A agência de rating manteve Portugal em “lixo”. “Para o Governo é um balde de água fria, porque andou nos últimos tempos a investir na relação com as agências de notação. Andou a sensibilizar para subir o rating e afinal sucesso zero”, revelou o comentador.
Os motivos para o cepticismo das agências de notação, disse Marques Mendes, são a elevada dívida pública sobre o PIB e, sobretudo, o fraco crescimento económico. Portugal compara mal neste indicador com Espanha (PIB cresce mais de 3%) e Irlanda.
O Governo tem de apostar numa política de reformas e de incentivo à economia, referiu Marques Mendes, defendendo que a prioridade devia ser a aposta no investimento. Num comentário à liderança política, Marques Mendes frisou que “falta um número 2 no Governo que substitua António Costa quando este está fora. Este é um governo unipessoal”.
Sobre o Brexit, Luís Marques Mendes lembrou que há empresas sediadas em Londres que estão a preparar a mudança para outros países. “Portugal está a falhar por omissão. Não está a fazer nada e podia fazer para atrair empresas que querem sair de Londres”, disse o comentador.
“Há já países a candidatar-se a receber essas empresas, a Alemanha, a Holanda, a França,a Irlanda e Espanha. Constituíram mesmo equipes para atrair esse investimento”, lembrou. Marques Mendes recomenda que Portugal crie “uma equipe de missão, para fazer o marketing, para atrair empresas sobretudo na área dos serviços, porque Portugal tem bons quadros, e tem um regime fiscal para não residentes que é altamente atractivo [residente não habitual]”, para tentar aquilo que os outros estão a fazer”.
Eutanásia
Marques Mendes classifica o tema como complexo, e que por isso devia haver um “livro branco sobre a Eutanásia”, mostrando os prós e os contras, “para deixar às pessoas escolher com conhecimento”. Um referendo? “Só com debate prévio”. O comentador recordou que o tema não estava na agenda da campanha eleitoral dos partidos de esquerda e do actual governo.
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