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“Médicos são alvo de desprezo e humilhação de quem está a gerir o país”, diz bastonário

Miguel Guimarães critica a forma como o Governo tem gerido o processo de vacinação ao dar prioridade à classe política, numa altura em que muitos profissionais de saúde estão por vacinar. “Esta falta de respeito é totalmente inaceitável”, afirma.
  • Cristina Bernardo
28 Janeiro 2021, 17h04

O bastonário da Ordem dos Médicos está preocupado pela forma como os profissionais de saúde estão a ser tratados pelo Governo no processo de vacinação contra a Covid-19. Em conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, 29 de janeiro, Miguel Guimarães assume que não está de maneira nenhuma satisfeito com esta situação.

“Não podemos continuar numa situação em que os médicos são alvo de desprezo e até de humilhação da parte de quem está a gerir neste momento o país. Esta falta de respeito é totalmente inaceitável”, afirmou o bastonário, recordando que quem definiu os profissionais de saúde como grupo prioritário para começar a ser vacinado foi o primeiro-ministro, António Costa.

“Na minha opinião, o Presidente da República e o primeiro-ministro já deviam ter sido vacinados no primeiro dia, porque são eles que representam o país. Mas quando a maior parte dos médicos e profissionais de saúde ainda estão por vacinar, é uma situação de facto complexa que gera nos médicos um sentimento de revolta e indignação”, referiu.

Miguel Guimarães não percebe a atitude da ministra da Saúde, Marta Temido, em definir a classe política como grupo prioritário a ser vacinado. “Ninguém consegue entender que quem precisa de estar no ativo e numa altura em que se fala de falta de capital humano na resposta à Covid-19 e aos doentes não Covid, em que é fundamental garantir que esta pessoas que cuidam de todos nós, elas próprias também sejam cuidadas”, salientou.

Para o bastonário da Ordem dos Médicos, tem existido um “ziguezague político” que tem sido feito não só na questão do plano de vacinação, o qual considera neste momento como um plano que não está operacionalizado e que não foi atempadamente organizado. “Não vacinar os médicos e profissionais de saúde, é condenar os doentes a ficarem sem acesso a cuidados de saúde”, sublinhou.

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