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Médicos vão ter tempos mínimos para consultas

O novo bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, afirmou que se vai estabelecer uma duração mínima nas consultas, que considera ser muito curta atualmente. O médico considera existir pressão para que os profissionais de saúde atendam muitos doentes.
  • Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães
8 Fevereiro 2017, 08h40

Em entrevista ao jornal “Público”, o novo bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, esclareceu que os colégios da especialidade da Ordem dos Médicos vão circunscrever com “bom senso” os tempos mínimos aceitáveis para se ver os doentes. Até ao momento, não existe legislação para esse efeito.

A duração mínima das consultas será estipulada através de quatro factores distintos, de acordo com o que o responsável explicou ao jornal. Entre eles está a necessidade de fazer um exame clínico, de se esclarecerem dúvidas e de se explicar ao doente o que lhe vai ser feito e colocando ainda na equação as questões relacionadas com os sistemas informáticos.

O urologista da cidade do Porto critica o tempo médio das consultas atualmente, dizendo que “são muito curtos”. “Há um grande abuso por parte de algumas unidades de saúde que marcam consultas com vários doentes em tempos simultâneos ou com intervalos muito curtos”, acrescenta o novo bastonário, em declarações divulgadas esta quarta-feira pelo matutino.

Miguel Guimarães revela que existe pressão sobre os médicos para que atendam muitos doentes em pouco tempo e essa opressão “tem de ser aliviada”, sendo que, para que tal se concretize, são necessários mais profissionais no Serviço Nacional de Saúde português.

No entanto, o médico defende a redução do numerus clausus e está contra a possibilidade de abertura de mais cursos públicos ou privados de Medicina. A seu ver, “devemos formar apenas os profissionais necessários, com um ligeiro excesso”, tendo em conta que “só nas escolas médicas gastam-se entre 60 mil a 100 mil euros”.

 

 

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