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Membros do Livre querem retirar confiança política a Joacine Katar Moreira

Devido “ao ruído constante provocado pelos faits divers mais estapafúrdios” a moção assinada por cinco membros do partido defende que deve ser retirada a confiança política à única deputada do Livre. Os signatários acusam Joacine de “falta de preparação” nas suas intervenções parlamentares, e que o seu gabinete tem uma “postura dissidente em relação aos órgãos do partido”.
13 Janeiro 2020, 15h45

Uma moção assinada por cinco membros do Livre quer o fim da confiança política em Joacine Katar Moreira. A moção vai ser votada no dia 19 de janeiro no congresso do partido.

Com o nome “Recuperar o Livre, resgatar a política”, a moção aponta que “as causas defendidas pelo Livre parecem não conseguir sobrepor-se ao ruído constante provocado pelos faits divers mais estapafúrdios”.

“Hei-nos chegados a um ponto (…) em que o coletivo parece soçobrar numa desmedida exposição mediática do indivíduo; em que o partido se arrisca a ver a sua própria sobrevivência posta em causa”, sublinham.

Por isso, “no caso de a deputada não se dispuser a renunciar às suas funções, o Livre não tem outra alternativa a não ser retirar-lhe a confiança política”.

“Acresce o facto de as intervenções da deputada no hemiciclo evidenciarem falta de preparação, circunstância que encontra parte da explicação no facto do gabinete parlamentar assumir uma postura dissidente em relação aos órgãos do partido, com destaque para o Grupo de Contacto”, destacam os signatários.

A moção é assinada por Manuel Oliveira, Augusto Rodrigues, Bruno Machado, Maria Lopes e João Macedo. Os membros destacam que a eleição da deputada “encheu todos os Livres de entusiasmo e esperança”.

Mas com as polémicas geradas entre a deputada e a direção do partido, consideram que o Livre “começou a ser mais conhecido dos portugueses, mas não pelas razões que pretendíamos. O Livre ficou conhecido, é hoje conhecido, devido às peripécias, atribulações e polémicas internas em que se viu envolvido de Outubro até hoje, o que conduziu à degradação da imagem pública e da credibilidade do partido”.

Assim, apontam que a “falta de articulação entre os órgãos do partido e o gabinete parlamentar, agravada pelas constantes declarações à comunicação social, afectaram, de modo insanável, as relações institucionais entre os órgãos do Livre e a deputada eleita”.

Já do “ponto de vista estritamente político”, a moção critica a situação “confrangedora” por a deputada ter apresentado apenas duas iniciativas até à data.

A primeira, o projeto de lei de alteração à lei da nacionalidade, uma das bandeiras do partido, ter sido apresentada fora do prazo.

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