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“Metas anunciadas por Medina? Existem vários fatores de risco”, alertam analistas

“Portugal terminará o ano com um Orçamento equilibrado e com a descida da dívida pública para 110% do PIB”, salientou o ministro das Finanças esta terça-feira. Analistas da XTB alertam para os riscos que podem comprometer esta meta avançada por Fernando Medina.
23 Maio 2023, 15h40

Existem alguns fatores de risco que podem comprometer as metas anunciadas esta terça-feira por Fernando Medina para o peso da dívida pública sobre o PIB, de acordo com a reação dos analistas da XTB, Henrique Tomé e Vítor Madeira.

Fernando Medina avançou esta terça-feira, na conferência anual da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que decorreu em Lisboa, que Portugal deverá terminar 2023 com o peso da dívida pública sobre o PIB num patamar abaixo do registado por Espanha e França, algo que, de acordo com o ministro das Finanças, irá permitir poupar dinheiro com juros.

“Portugal terminará o ano com um Orçamento equilibrado e com a descida da dívida pública para 110% do PIB”, salientou o ministro das Finanças.

“As projeções avançadas pelo governo são animadoras, no entanto é importante ter consciência de que existem vários fatores de risco que podem comprometer as metas anunciadas por Medina, tais como o risco de as economias começarem a abrandar a um ritmo maior derivado das subidas das taxas de juro”, destacaram estes analistas ao JE. 

Além disso, Henrique Tomé e Vítor Madeira salientam que “o facto de estarmos a viver um período de inflação elevada proporciona subidas do PIB em termos nominais, logo isso tem um impacto direto nas dívidas soberanas em percentagem do PIB, neste caso a inflação beneficia os países devedores como é o caso português”.

Estes analistas não descartam que a redução da dívida pública “foi uma descida substancial e que se a mesma se mantiver será bom para Portugal se financiar nos mercados internacionais com taxas de juro mais baixas”. 

“Ainda assim, é expectável que a dívida continue a diminuir dado que as atuais projeções sobre o crescimento económico continuam relativamente fortes. Por outro lado, vivemos períodos de grande incerteza económica , dado que o impacto da subida das taxas de juro por parte do BCE ainda não provocou um arrefecimento considerável na economia real”, sublinham estes analistas ao JE.

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