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Mild Hybrid prometem abanar mercado

Analistas e construtores acreditam que a tecnologia mild hybrid – mais barata e menos complexa – representará 18% dos modelos vendidos na Europa já em 2025.
25 Março 2017, 13h30

As vendas de veículos híbridos e híbridos plug-in cresceram 30% em 2016, para mais de 400 mil unidades, segundo revelam dados da analista JATO Dynamics. No entanto, vários analistas do setor e construtores, como a Volkswagen ou a Renault, acreditam que, a médio prazo, a tecnologia Mild Hybrid – mais barata e menos complexa – terá um maior impacto no mercado. As previsões da IHS Automotive apontam para que, em 2025, os veículos mild hybrid correspondam a 18% do mercado europeu, por oposição aos 6% que valerão os modelos plug-in e aos 3% que deverão caber aos full hybrid.

As vantagens deste modelos não passam despercebidas juntos dos construtores, que terão na tecnologia mild hybrid a oportunidade de propor aos clientes veículos amigos do ambiente e mais baratos do que as opções atuais. Numa primeira fase, esta tecnologia verá um motor elétrico de 48 Volt ser acoplado entre o motor de combustão e a caixa de velocidades, oferecendo um aumento de potência sempre que necessário, a alimentação estará a cargo de uma bateria recarregada com energia cinética das rodas.

O motor elétrico do Renault Scénic com Hybrid Assist terá 48 Volt e origem Continental.

A Renault deverá em breve introduzir esta tecnologia no Scénic (Scenic Hybrid Assist) apresentado no Salão de Genebra de 2016, estendendo depois a oferta ao Megàne. O motor utilizado será proveniente da Continental, que prevê que este tipo de motorização deverá ser usada por cerca de quatro milhões de veículos até 2020 e 25 milhões de carros cinco anos depois.

Por seu turno, a VW acredita que esta tecnologia torne dispensável o motor 1.6 Diesel: “Num futuro próximo, as pessoas passarão a comprar carros com motor a gasolina combinados com o sistema mild hybrid”, disse Franl Welsh, responsável de I&D da marca à revista Autocar em fevereiro.
As razões para tal, na opinião de Jose Avila, membro da direção da divisão Powetrain da Continental. O responsável disse ao Automotive News Europe que “tipicamente, um construtor achará que um compromisso aceitável entre economia de combustível e custo é de €50 por cada grama de CO2. Esta tecnologia anda lá muito perto”.

O híbrido plug-in japonês continua a ser o mais vendido no mercado europeu. Ocupa esta posição desde 2014.

No entanto, atualmente, o maior crescimento está a acontecer no segmento dos full hybrid, maioritariamente por causa do continuado sucesso da gama da Toyota, que em 2016 apresentou versões híbridas dos modelos RAV4 e CH-R, que se juntaram às variantes híbridas dos modelos Auris e Yaris já à venda na Europa. E esta é uma tendência que se manterá. O CEO da Toyota Europa, Johan van Zyl, revelou ao Automotive News Europe que a marca está apostada em oferecer variantes híbridas em toda a sua gama. O construtor nipónico pretende que os veículos híbridos representem cerca de metade das suas vendas no velho Continente até 2020. Da mesma forma, Hyundai e Kia adicionarão variantes híbridas à sua oferta ainda este ano, expandindo o mercado das motorizações ditas alternativas.

Entretanto, as vendas de híbridos plug-in na Europa cresceram 19% em 2016, para as 112.300 unidades, apoiadas em novos produtos, de entre os quais se destaca o Mitsubishi Outlander PHEV, que voltou a ser o mais vendido na Europa, um título que ostenta desde 2014. O segundo mais vendido foi o VW Passat GTE, depois de um impressionante aumento de 176% nas vendas. O terceiro mais vendido foi o VW Golf GTE. De notar que as vendas de híbridos plug-in na Europa são já maiores que as dos 100% elétricos e devem continuar a crescer no futuro próximo, como aponta a IHS Automotive.

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