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Ministros das Finanças da UE unânimes sobre reforço de sanções à Rússia, garante Medina

O ministro das Finanças, Fernando Medina, deu hoje conta de “uma unanimidade” entre todos os Estados-membros da União Europeia sobre “a necessidade de reforço das sanções à Rússia”, que a Comissão Europeia vai propor ainda hoje.
5 Abril 2022, 14h07

O ministro das Finanças, Fernando Medina, deu hoje conta de “uma unanimidade” entre todos os Estados-membros da União Europeia sobre “a necessidade de reforço das sanções à Rússia”, que a Comissão Europeia vai propor ainda hoje.

À saída daquele que foi o seu primeiro Conselho de ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), no Luxemburgo, Fernando Medina apontou que “a Comissão Europeia apresentará ainda hoje mesmo o pacote dessas sanções, tendo em vista reforçar a resposta do lado económico e na frente económica ao que tem sido a invasão da Ucrânia por parte da Rússia e a condenação absolutamente unânime que ela merece no plano europeu”.

O ministro das Finanças escusou-se a “adiantar” o conteúdo do pacote de sanções que o executivo comunitário se prepara para apresentar, mas confirmou que este quinto pacote, que a UE se prepara para adotar depois de conhecidas as atrocidades cometidas pelo exército russo em cidades ucranianas como Bucha, irá ‘tocar’ na energia, ainda que não no petróleo nem no gás, mas provavelmente nas importações de carvão.

“Eu não queria estar aqui a adiantar [detalhes]. A Comissão fará hoje mesmo a comunicação detalhada sobre isso, mas confirmo que esse é um dos sentidos que a comunicação trará”, disse.

O ministro destacou antes que “há uma unanimidade muito grande entre todos os países sobre o caminho a seguir”, garantindo que “não há divergências quanto ao caminho a seguir”, até porque há um entendimento generalizado de que “as sanções estão a ter um impacto grande, estão a cumprir o seu papel”.

Fernando Medina sublinhou, no entanto, que as sanções devem ser as “adequadas, no sentido de não reduzir a capacidade estratégica de diálogo e de ação da União Europeia”, e acrescentou que “tem de haver também a ponderação sobre a proteção dos cidadãos europeus”.

“Isto é, as sanções têm de ser efetivas em colocar um peso sobre a Rússia, ao mesmo tempo que colocam o menor peso possível, e ele existe sempre, sobre os cidadãos europeus. E este equilíbrio é um equilíbrio que tem de ser constantemente procurado. Há uma grande convergência de opiniões dos ministros das Finanças sobre o tema e sobre as áreas. A Comissão Europeia vai traduzir no fundo esse equilíbrio através da comunicação que vai fazer esta tarde sobre essa matéria”, declarou.

O ministro das Finanças revelou que, no quadro da guerra na Ucrânia, os 27 também discutiram formas de “fechar algumas lacunas que ainda existem relativamente a algumas sanções e, portanto, reforçar este pilar”, e deu nota da intervenção, por videoconferência, do ministro das Finanças ucranianas durante a reunião do Ecofin.

“Teve uma intervenção que a todos impressionou, pelo relato que nos trouxe, mas também pelas propostas que colocou em cima da mesa”, disse.

Medina apontou que foi iniciado “o debate sobre a responsabilidade europeia no que será a recuperação da Ucrânia no pós-guerra,” um trabalho para o qual “desde já estão convocados todos os países”, que se “mostraram sintonizados em contribuir e com empenho para esse esforço”.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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