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Montepio financiou construtor civil que deu 8,5 milhões a Ricardo Salgado

Uma investigação do jornal “Público” revela que, no esse mesmo ano, em que José Guilherme recebeu financiamento do banco, “ofereceu” 8,5 milhões de euros ao ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado.
  • Cristina Bernardo
4 Novembro 2018, 14h21

A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) emprestou, entre março e abril de 2009, um montante de 8,5 milhões de euros a José Guilherme, construtor amigo do antigo presidente do BES Ricardo Salgado. Uma investigação do jornal “Público” revela que, no esse mesmo ano, em que José Guilherme recebeu financiamento do banco, “ofereceu” 8,5 milhões de euros ao ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado.

Entre 2009 e 2014, José Guilherme recebeu financiamento de 28,4 milhões de euros, a título pessoal, do Montepio. Durante este período de cinco anos, o banco, na altura liderado por Tomás Correia, aprovou mais de dez operações de crédito a José Guilherme. A dívida do construtor ascendeu a mais de 12 milhões, em 2012, mas a CEMG aliviou as responsabilidades do construtor civil, passando a exposição para uma empresa de arrendamento imobiliário, a Sintril. Tal permitiu que o banco continuasse a financiar José Guilherme.

A poucas semanas antes do colapso do BES, em 2014, o banco emprestou mais 17 milhões de euros que foram usados parcialmente por José Guilherme para pagar uma dívida de 6,9 milhões de euros da Vergui, uma empresa que recebeu uma mais-valia paga pelo Grupo Espírito Santo num negócio em Angola e que ainda está sob investigação.

A quase totalidade destes créditos estão ainda por liquidar, o que está a prejudicar o banco, cuja mutualista vai a eleições em dezembro.

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