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Moody’s: novo confinamento geral a nível global não provocaria nova crise financeira

Segundo a agência de notação financeira, o sistema financeiro do G-20, mais capitalizado e com mais liquidez depois da crise financeira de 2008-2009, seria mais resiliente a novo confinamento geral e global da economia.
18 Dezembro 2020, 11h49

Um novo confinamento geral da economia global semelhante ao que aconteceu no primeiro e segundo trimestre deste ano não provocaria uma crise financeira sistémica. Segundo a agência de notação financeira Moody’s, a banca, além de suportada pela política monetária acomodatícia dos bancos centrais, tem hoje maiores almofadas de capital e de liquidez, que a torna mais resiliente em face de um cenário pessimista de novo confinamento geral da economia.

Numa nota publicada esta sexta-feira, a Moody’s desenvolveu um cenário pessimista e hipotético de novos confinamentos nas economias do G-20, o que resultaria numa recuperação mais lenta da economia durante um trimestre, com redução de estímulos orçamentais, e o PIB mais longe dos níveis registados antes da pandemia.

Isto difere do cenário base da Moody’s, segundo o qual o PIB das economias do G-20 aproximar-se-á dos níveis pré-pandemia no primeiro trimestre de 2021, admitindo novos confinamentos no último trimestre deste ano, embora menos restritivos por comparação com o confinamento geral que aconteceu na primavera.

Ora, segundo a agência de notação financeira, neste cenário pessimista os bancos mais descapitalizados seriam os mais vulneráveis, isto é, aqueles que entrariam num novo confinamento geral com menos almofadas de capital e de liquidez e que estão mais expostos a ativos com mais risco a este cenário — imobiliário comercial, PMEs particularmente afetadas pela crise económica e crédito ao consumo.

Entre os setores mais afetados neste cenário pessimista, no qual haveria predominância do teletrabalho, a Moody’s identificou o imobiliário comercial — hotéis e centros comerciais — porque assistir-se-ia novamente a menos consumo nas cidades, com implicações na restauração e no setor das viagens.

“O aumento das restrições na economia poderia resultar na diminuição da concessão de crédito, o que afetaria particularmente as empresas com um rating especulativo com dificuldades de liquidez. Isto poderia aumentar o incumprimento” do pagamento de créditos, lê-se na nota.

No entanto, a Moody’s frisa que estas restrições não iriam provocar uma crise financeira sistémica, “tendo em conta o reforço dos buffers de capital e de liquidez desde a crise financeira, além do apoio de liquidez por parte dos bancos centrais”, conclui a nota.

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