Movimento “Sobreviver a Pão e Água” termina greve de fome em frente à AR

“Discutimos várias ideias, várias possibilidades, e ficou acordado que dentro de sete dias, oito dias, na próxima semana, teremos um novo encontro, porque em muitas medidas que foram discutidas em conjunto o próprio Fernando Medina estava de acordo com uma parte dela. A outra parte sabemos os três que, praticamente, é impossível chegar a soluções para todos, por isso, aguardamos a próxima reunião”, explicitou Ljubomir Stanisic.

Cristina Bernardo

Os elementos do movimento “Sobreviver a Pão e Água” terminaram hoje a greve de fome que durava há quase uma semana, em frente à Assembleia da República, disse à agência Lusa o porta-voz, José Gouveia.

A decisão, tomada em grupo depois José Gouveia e Ljubomir Stanisic regressarem ao acampamento instalado em frente ao Parlamento, foi possível depois da “garantia” de que vai haver “uma reunião “de amanhã [sexta-feira] a oito” dias, para debater se as medidas encontradas durante o encontro com o autarca de Lisboa, Fernando Medina, “são exequíveis e vão ser postas em prática”, explicitou o porta-voz deste movimento.

José Gouveia disse ainda que não está previsto que o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, participe na reunião da próxima semana, uma das reivindicações que motivou a greve de fome.

O porta-voz do movimento e o chef Ljubomir Stanisic reuniram ao final da tarde de hoje com o autarca da capital, nos Paços do Concelho.

Duas horas depois saiu a intenção de terminar a greve de fome que decorria há uma semana, mas a decisão estava pendente da aprovação de todo o grupo – oito homens e uma mulher.

 

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“É nossa vontade que ela [a greve de fome] termine, posso dizer, mas só em grupo é que a gente pode decidir”, disse o porta-voz deste movimento quando saiu da reunião com Medina.

Um grupo de empresários estava a fazer greve de fome há quase uma semana, em frente à Assembleia da República. Os elementos deste movimento reivindicavam uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, ou com o ministro da Economia.

Em declarações aos jornalistas à saída da reunião com o presidente da Câmara de Lisboa, Ljubomir Stanisic adiantou que está prevista uma nova reunião com Fernando Medina para a próxima semana.

“Discutimos várias ideias, várias possibilidades, e ficou acordado que dentro de sete dias, oito dias, na próxima semana, teremos um novo encontro, porque em muitas medidas que foram discutidas em conjunto o próprio Fernando Medina estava de acordo com uma parte dela. A outra parte sabemos os três que, praticamente, é impossível chegar a soluções para todos, por isso, aguardamos a próxima reunião”, explicitou Ljubomir Stanisic.

O ‘chef’ foi hospitalizado ao início da noite de ontem, mas acabou por abandonar o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, depois de assinar um termo de responsabilidade, e regressou ao acampamento que está montado em frente ao parlamento.

Ljubomir acrescentou que vê o avanço feito na reunião de hoje “como muito positivo” e que o presidente da autarquia tinha conversado com o ministro da Economia “a marcar a reunião para estas soluções”.

O manifestante disse ainda que a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) “devia ter estado aqui com este papel e trazido soluções”.

Já o autarca de Lisboa disse que a reunião teve como propósito “tentar encontrar pistas, saídas, propostas, canais” para permitir a “resolução de uma situação que é muito delicada para toda a gente”, sem adiantar que medidas foram discutidas.

Fernando Medina frisou que “não há nenhuma guerra de quem vence e quem perde”. Aliás, Ljubomir Stanisic, que ladeava o presidente da Câmara de Lisboa enquanto o autarca falava os jornalistas, também rejeitou essa ideia.

Questionado sobre se concorda com a decisão do Governo de não aceder às reivindicações de reuniões destes manifestantes, o edil de Lisboa, disse que compreende “as razões do Governo”, que tem um “diálogo institucional com os representantes institucionais do setor”.

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O gabinete de Pedro Siza Vieira refuta que os setores da restauração e da animação noturna “não tenham quaisquer apoios a fundo perdido”. “Já foram disponibilizados 1.103 milhões de euros em apoios às empresas de restauração, dos quais 523 milhões de euros a fundo perdido. Só no âmbito do programa Apoiar.pt estão disponíveis 200 milhões de euros a fundo perdido para este setor”, reitera o Governo.

Ljubomir Stanisic regressa à greve de fome depois de ida ao hospital

Depois de ter estado no hospital por algumas horas, Ljubomir Stanisic está de volta à greve de fome e revelou que assinou um termo de responsabilidade para poder regressar. O chef e empresário de restauração, em conjunto com outros manifestantes, segue no sétimo dia sem comer e já recebeu a visita de vários partidos políticos.

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Ao que tudo indica, Ljubomir Stanisic sentiu-se mal chegando mesmo a ser assistido diretamente no local por elementos do INEM, sendo transportado de seguida para o hospital. Ainda assim, o chef admite que pretende retomar o protesto assim que sair do hospital.

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“Se cada pessoa que está a sofrer, e são muitas, resolver fazer um protesto a dizer que quer falar com o primeiro-ministro, ou quer quer falar com o Presidente da Republica, obviamente isso não é possível”, disse hoje António Costa sobre as reivindicações do Movimento “Sobreviver a Pão e Água”.

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Reunidos em circulo, com dois aquecedores a meio e sentados, assim permanecem os participantes da greve de fome enquanto aguardam pela ajuda do Governo. “Parece um reality show, tem sido difícil”, confessou ao JE Ljubomir Stanisic reforçando que “emocionalmente temos altos e baixos como tudo, tem sido duro”.
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