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“Não estamos a planear nenhuma operação de aumento de capital em Portugal”, diz Maya

Miguel Maya, CEO do BCP, afasta que venha a ser necessário avançar com um aumento de capital para fazer face à situação na Polónia, estimando que sejam necessários mais de dois anos para o Bank Millennium repor os rácios.
  • Cristina Bernardo
27 Julho 2022, 16h59

O BCP afasta que venha a ser necessário avançar com um aumento de capital em Portugal para fazer face ao impacto do negócio na Polónia. Isto depois de ter sido ativado um plano de recuperação que prevê que seja necessário mais de dois anos para o Bank Millennium repor os rácios.

“O banco na Polónia vai apresentar prejuízos no terceiro trimestre”, com o rácio de capital “CET1 a cair entre 118 e 174 pontos, ficando abaixo dos requisitos”, afirma Miguel Maya, CEO do BCP, na apresentação dos resultados para o primeiro semestre, quando o banco obteve lucros de 74,5 milhões de euros.

Perante o risco de registar rácios de capital abaixo dos requisitos regulamentares, o Bank Millennium decidiu ativar o plano de recuperação. E a expectativa, disse o presidente executivo, é que “num período reduzido de tempo, cerca de dois anos e pouco”, o banco consiga repor os rácios de capital.

“O banco [na Polónia] tem uma capacidade de geração de receita muito forte” e “estamos confiantes de que a equipa local, que é excecional, tem capacidade de enfrentar estas tormentas que sabemos que são cíclicas”, sublinhou.

“Não estamos a planear nenhuma operação de aumento de capital em Portugal”, garantiu Maya, uma vez que a “operação [polaca] tem capacidade de repor os rácios lá e nós temos os rácios acima dos regulamentares e que temos de continuar a gerir com rigor”.

O BCP terminou o primeiro semestre com um rácio CET1 de 11,3%. Sobre este tema, o CEO relembrou que “houve grandes bancos europeus que apresentaram no plano estratégico para 2024 rácios de capital abaixo dos 12%”.

“O que temos de perceber é se o nível é adequado ou não. Temos requisitos que nos são definidos pelos reguladores”, e o banco está acima desse patamar, concluiu.

A banca polaca foi surpreendida com a criação de uma nova lei das moratórias de crédito no país, que já levou o Bank Millennium a reconhecer custos de até 330 milhões no terceiro trimestre. Foi também criado o Fundo de Proteção Institucional (IPS, na sigla em inglês), que obrigou a uma contribuição no valor de 54,3 milhões. Isto ao mesmo tempo que o banco ainda está a lidar com a situação dos empréstimos em francos suíços. Atualmente, há 13.904 processos individuais a correr nos tribunais.

(Notícia atualizada com mais informação)

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