“Não há condições”: Angola justifica cancelamento da visita da ministra da Justiça

O Governo de Angola justificou esta quinta-feira o adiamento da visita da ministra da Justiça portuguesa, Francisca Van Dunem, com a “falta de condições para a mesma se realizar”. A visita da ministra ao país estava agendada para a esta quarta-feira, dia 22, até ter sido cancelada pelas autoridades angolanas, um dia antes da partida de Francisca Van Dunem.

Aos jornalistas, o ministro da Justiça e Direitos Humanos de Angola, Rui Mangueira, explica que o motivo para o cancelamento inesperado da visita da homóloga portuguesa, se deveu à ausência de condições, afastando a ideia de que pudesse haver algum conflito diplomático relacionado com a “Operação Fizz”.

Recorde-se que o cancelamento da visita aconteceu poucos dias depois de o Ministério Público português ter emitido um despacho de acusação contra o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente. O braço direito do presidente angolano, José Eduardo dos Santos, foi indiciado por corrupção ativa, na forma agravada, do procurador Orlando Figueira, que estava encarregue de uma investigação em que estava diretamente envolvido.

Manuel Vicente é acusado de ter pago luvas ao procurador no valor de 1 milhão de euros, com a finalidade de o favorecer em dois processos. Sobre o vice-presidente de Angola recaíam as suspeitas de branqueamentos de capitais na compra de diversos apartamentos num complexo residencial de luxo na zona de Cascais, em 2011, e falsificação de documentos.

Até ao momento, nenhum membro do Governo angolano ou do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder) comentou esta acusação.

Rui Mangueira diz apenas que espera que a visita de Francisca Van Dunem venha a acontecer “noutra data”.