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NATO lidera contestação à alegada retirada de tropas por parte da Rússia

Ucrânia e Estados Unidos disseram que não conseguem encontrar nenhuma evidência da veracidade da retirada parcial russa. Os ministros da Defesa da NATO estarão reunidos durante dois dias para analisar a situação.
  • Maksim Levin/Reuters
16 Fevereiro 2022, 17h45

O Ministério da Defesa russo disse esta terça-feira que retirou algumas tropas da fronteira com a Ucrânia e esta quarta-feira adiantou que o mesmo estaria ser feito a partir da Crimeia – mas o secretário-geral da NATO, o norueguês Jens Stoltenberg tem-se multiplicado em declarações segundo as quais não está convencido, antes pelo contrário, da verdade dessas declarações. Jens Stoltenberg afirmou que acontece precisamente o contrário.

No início de dois dias de conversas entre os ministros da Defesa da NATO, Stoltenberg não parecia convencido de que a ameaça de uma invasão russa à Ucrânia havia diminuído. “Não vimos nenhuma retirada das forças russas. E, claro, isso contradiz a mensagem dos esforços diplomáticos. O que vemos é que eles aumentaram o número de tropas e mais tropas estão a caminho”, afirmou.

Stoltenberg alertou para que os russos têm frequentemente reposicionado equipamentos militares e soldados, o que pode dar a falsa noção de uma retirada, quando, na sua ótica, se passa precisamente o contrário: “O movimento das forças armadas, dos tanques, não confirma uma retirada real”, disse.

Também último relatório de inteligência ucraniano não mostra evidências de que a Rússia retirou as suas forças de perto das fronteiras do país, disse à Reuters o ministro da Defesa, Oleksii Reznikov. O ministro disse que a Ucrânia só acreditará que a Rússia está a ser séria sobre a retirada quando conseguir ter provas disso da parte da sua própria capacidade de observação.

Do mesmo modo, Derek Chollet, conselheiro do secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, disse em teleconferência que o seu país “não foi capaz de verificar quaisquer medidas de desanuviamento” tomadas pela Rússia desde que o Kremlin anunciou que as suas tropas estavam a regressar aos quartéis.

Neste quadro, a NATO considerará novas medidas para deter a Rússia no seu flanco leste, incluindo um provável envio de mais soldados e equipamento militar para Estados-membros da organização na Europa Oriental – com cerca de mais quatro mil soldados a serem enviados para a Roménia, Bulgária, Hungria e Eslováquia.

Tudo isto será conversado na reunião dos ministros da Defesa patrocinada pela NATO, com algumas fontes a afirmarem que um dos temas a debater será a questão nuclear. Sendo a Rússia um Estado nuclear, é convicção da NATO que o tema deve ser abordado de forma frontal – o que mais uma vez vai contra a disposição da diplomacia europeia, que em nenhuma circunstância falou de semelhante opção.

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