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Navalny. Governo de Putin promete responder às sanções de Bruxelas e Washington (com áudio)

Sobre as medidas da UE e EUA, o Kremlin disse que a Rússia considerou “tais decisões absurdas, injustificadas e, o mais importante, não têm efeito ou significado”.
  • Vladimir Putin
3 Março 2021, 13h01

O Kremlin minimizou, esta quarta-feira, o impacto das sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia. O governo da Rússia prometeu retaliar com medidas recíprocas, segundo a “Reuters”.

“É impossível não aplicar o princípio da reciprocidade”, explicou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acrescentando que Moscovo reagiria da maneira que melhor servisse os seus interesses.

Quanto às medidas da UE e EUA, Dmitry Peskov referiu que a Rússia considerou “tais decisões absurdas, injustificadas e, o mais importante, não têm efeito ou significado”. “Só podemos lamentar isso e expressar nossa perplexidade”, completou.

As sanções da UE e EUA foram uma resposta à forma como a Rússia tem atuado em relação a Alexei Navalny.

Primeiro, a 20 de agosto o critico de Vladimir Putin foi envenenado e posteriormente transferido para a Alemanha, onde recuperou. Alexei Navalny acredita que o envenenamento foi “encomendado” pelo presidente russo. Depois, a 17 de janeiro, foi detido no aeroporto quando regressava à Rússia.

No caso judicial, Navalny é acusado de difamar um veterano da Segunda Guerra Mundial que participou num vídeo promocional de apoio às reformas constitucionais, que permitiram que Putin ficasse na liderança da Rússia até 2016.

Dmitry Peskov esclareceu que as sanções dos EUA não vão ter efeito sobre as autoridades governamentais russas porque estes não estão autorizados a viajar para fora da Rússia, possuir propriedades no exterior ou manter contas em bancos estrangeiros devido à sensibilidade das suas posições.

“Isto é praticamente uma duplicação das restrições que das sanções enfrentam sob a lei russa, nada mais”, garantiu o porta-voz do Kremlin que defende que as mesmas medidas dirigidas da Rússia contra a UE e EUA teriam mais impacto.

Embora Peskov rejeite a ideia de que as medidas americanas e europeias venham a ter impacto na Rússia, o porta-voz de Vladimir Putin reconheceu que as sanções teriam um efeito destrutivo no relacionamento da Rússia com os Estados Unidos e a União Europeia.

Além de Peskov, também Maria Zakharova, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, referiu, na terça-feira, que as sanções representavam uma interferência nos assuntos internos da Rússia e como tal, Moscovo retaliaria, “mas não necessariamente da mesma forma”.

As autoridades russas não disseram quando ia anunciar as suas medidas recíprocas.

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