A Rússia tem uma nova ambição: “Construir uma Eurásia de Lisboa a Vladivostok”. O desejo foi hoje expresso pelo antigo presidente russo Dmitri Medvedev.

Considerado o delfim de Vladimir Putin durante muitos anos, Medvedev ocupa agora o cargo de vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, e é um aliado do presidente russo.

Lisboa é a capital europeia mais a ocidente, enquanto Vladivostok é a cidade russa localizada mais a oriente, conhecida por ser o local onde termina o comboio Transiberiano.

Medvedev voltou a utilizar a propaganda usada por Putin e o Kremlin, acusando os ucranianos de serem nazis. Recorde-se que o presidente ucraniano é judeu e já revelou que membros da sua família foram mortos durante a segunda guerra mundial.

Um think-tank norte-americano destacou numa análise publicada em fevereiro que os “nacionalistas radicais” compuseram cerca de 1% dos manifestantes do movimento Euromaidan em 2014. O Cato Institute destacou que “não faz sentido que o Governo pós-2014 na Ucrânia seja considerado fascista ou pró-nazi”.

“Se a Ucrânia fosse liderada por uma “junta neo-nazi” como dizem os seus detratores, seria a primeira junta na história a dar cargos-chave a judeus (incluindo o antigo primeiro-ministro Volodymyr Groysman) e a ter um forte apoio da comunidade judaica”, escreveu este think-thank sediado em Washington.

Na publicação na plataforma de mensagens Telegram, Medvedev voltou a questionar a independência da Ucrânia, considerando que o mesmo é um “pseudo-país”.

Um antigo diplomata ucraniano já veio a público questionar esta afirmação: “Portanto, nem Lisboa está agora segura [da agressão russa]?”, questionou Olexander Scherba, antigo embaixador na Áustria, nas redes sociais.