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Nem só do spread vive o crédito habitação. Saiba que outros fatores influenciam a prestação

“Dependendo dos produtos associados e das condições negociadas, o nosso crédito será, naturalmente, mais caro ou mais barato. Temos de estar conscientes que este não depende apenas do spread, mas de um conjunto de fatores”, realça Rui Bairrada, CEO deste portal.
1 Abril 2022, 09h30

O valor da prestação mensal associada a um crédito habitação depende de vários fatores e todos devem ser avaliados no momento em que se contrata este produto.

O alerta é do portal de finanças pessoais e familiares “Doutor Finanças” que destaca que nem só da percentagem do spread vive a mensalidade de um crédito habitação. “Dependendo dos produtos associados e das condições negociadas, o nosso crédito será, naturalmente, mais caro ou mais barato. Temos de estar conscientes que este não depende apenas do spread, mas de um conjunto de fatores”, realça Rui Bairrada, CEO deste portal.

Destacam estes especialistas que nem sempre o crédito habitação com o spread mais baixo é o mais barato, apesar da taxa ter um peso relevante no empréstimo. “O spread é uma taxa com valor fixo, que reflete o nível de risco que a entidade bancária considera correr com a conceção de um crédito. Quanto maior for o valor a emprestar pelo banco e maior for a taxa de esforço do cliente, maior vai ser o spread. No entanto, isso não significa que, quanto maior for o spread, maior o custo total do crédito”, realçam estes especialistas.

Esta taxa pode depender das condições associadas ao crédito, nomeadamente a domiciliação do ordenado na conta, a subscrição de seguros com a seguradora associada ao banco ou a contratação de cartões de crédito. Se, ao longo do contrato, alguma destas condições for alterada, o valor do spread pode flutuar proporcionalmente.

No entanto, além do spread, existem outros fatores que podem ter implicações no valor do crédito. Não só os produtos associados ao crédito, que o banco sugere e podem fazer com que haja uma diminuição do spread, mas também o prazo do contrato ou as taxas que escolhemos.

Neste contexto, o especialista em finanças pessoais e familiares, a par da domiciliação de ordenado à conta bancária associada ao crédito, dá nota de outros fatores que têm impacto na prestação mensal do crédito habitação:

Seguro multirriscos e Seguro de vida

Quem tem um crédito terá de ter seguros, ainda que possamos subscrevê-los junto da seguradora associada ao banco ou de outra à nossa escolha. É importante perceber que, se optarmos por outra seguradora, não há a bonificação do spread. É preciso fazer as contas e ver o que compensa mais: a prestação com o spread bonificado e pagar os seguros na seguradora do banco ou tem uma prestação com um spread sem bonificação e pagar os seguros noutra entidade.

Cartões de crédito 

Também pode ser-nos pedido que adicionemos ao nosso crédito habitação um cartão de crédito, com uma determinada utilização por mês (com uma quantidade mínima definida). Esta pode ser uma condição para baixar a prestação que vamos pagar.

Prazo do contrato

Quanto maior for o prazo do empréstimo, maior será o custo do mesmo, ainda que a prestação mensal seja mais baixa.

Relativamente ao prazo máximo do contrato, devemos ainda atentar que, a partir de abril deste ano, vai ser alterado: o limite máximo de 40 anos em vigor atualmente, vai passar a ser possível apenas para jovens até aos 30 anos de idade. Entre 30 e 35 anos, o prazo máximo passa a ser 37 anos, e para quem tenha mais de 35 anos, o prazo desce para 35 anos.

Taxa variável, fixa ou mista: o custo é diferente com cada uma delas

Também as taxas no nosso crédito vão ter implicações no valor total do crédito e, consequentemente, na prestação que vamos ficar a pagar. Podemos decidir por uma taxa variável, fixa ou mista.

TAN e TAEG variam de banco para banco

A TAN (Taxa Anual Nominal) é a taxa a que são cobrados os juros do crédito, não incluindo outras despesas respetivas à contratação de um crédito. No fundo, mede o custo do crédito.

Já a TAEG (Taxa Anual Efetiva Global) é a melhor medida de comparação de propostas. Representa o custo total do crédito para o consumidor, juntamente com os encargos da contratação de outros produtos ou serviços. Contempla: juros, impostos, comissões, seguros obrigatórios, comissão de manutenção de conta à ordem, remuneração do intermediário de crédito, entre outros encargos que possam estar associados à contratação do crédito.

Para ficarmos a conhecer todos os custos que contribuir para o valor total do nosso empréstimo, com as condições acordadas, devemos olhar para o Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC).

Antes de avançarmos com o crédito devemos analisar todas as taxas e valores constam na FINE, um documento que é facultado pelo banco antes da assinatura do contrato de crédito e descreve as informações que precisamos saber antes de tomarmos uma decisão.

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