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Áustria não cede à extrema-direita

Contrariando todas as previsões, o candidato ecologista Alexander Van der Bellen venceu ontem a segunda volta das presidenciais austríacas face a Nobert Hofer, do partido de extrema-direita (FPÖ). O primeiro ecologista a assumir um alto cargo de um país europeu adiou o sonho da extrema-direita em eleger o primeiro chefe de Estado deste a Segunda Guerra Mundial.
5 Dezembro 2016, 00h10

Van der Bellen triunfou com 53,6% dos votos contra 46,4% do seu adversário, de 45 anos, segundo os últimos resultados conhecidos que incluem os votos por correspondência que só serão contados esta segunda-feira.

Van der Bellen, de 72 anos, colocou o Brexit no centro da sua campanha, argumentando que Hofer iria propor também um referendo de saída da União Europeia (UE), colocando empregos em risco no país, um país com uma séria dependência do comércio exterior.De acordo com os analistas destas eleições austríacas, uma vitória de Hofer aumentaria o risco de dois golpes simultâneos às bases políticas da UE. Neste domingo, a Itália também foi a votos mas para um referendo sobre reformas constitucionais e em junho, o Reino Unido deixou a Europa à beira de um ataque de nervos com o triunfo do Brexit, também em referendo.

Esta derrota representa um golpe considerável uma vez que o FPÖ esteve perto de se tornar o primeiro grupo de extrema-direita a eleger um chefe de estado em eleições livres desde a Segunda Guerra Mundial. De resto, as sondagens, que davam como praticamente certa a vitória da extrema-direita neste escrutínio austríaco, voltaram a falhar, tal como tinha acontecido com o referendo que determinou o Brexit e com as eleições norte-americanas.

“Uma vez mais o establishment, que entrou para bloquear, para impedir as mudanças, venceu. Não funcionou como esperávamos”, lamentou Herbert Kicki, responsável da campanha de Norbert Hofner, do FPÖ.

Retirado “um peso da mente de toda a Europa”

A vitória do candidato ecologista face ao da extrema-direita nas presidenciais austríacas representa o retirar de “um peso” da mente de toda a Europa, considerou o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel.

“Um peso foi tirado da mente de toda a Europa”, declarou Gabriel ao jornal alemão Bild, sobre a vitória de Alexander Van der Bellen na segunda volta das presidenciais austríacas face a Norbert Hofer, do partido de extrema-direita (FPÖ).

Para Gabriel, trata-se de “uma vitória clara do bom senso contra o populismo de direita”.

“Os austríacos enviam um claro sinal pró-europeu. O partido populista de direita foi afastado por agora”, escreveu na rede social de mensagens curtas Twitter Manfred Weber, conservador alemão que lidera o principal grupo de centro-direita no Parlamento Europeu.

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