[weglot_switcher]

Novas licenciaturas esperam os candidatos ao ensino superior

Há, pelo menos, dezena e meia de cursos que vão abrir no próximo ano letivo. Automação e digitalização são temas em destaque. UBI, Iscte-Sintra, NOVA FCT e UA contam-se entre as escolas com novidades.
9 Julho 2023, 21h00

A principal porta de entrada no ensino superior abre-se a 24 de julho, com o arranque da primeira fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA). O concurso para o ano letivo 2023/24. traz mais cursos e mais vagas na área das competências digitais e da formação de professores do que ano anterior. No total existem 54.036 vagas, a que acrescem 697 nos concursos locais, fundamentalmente feitos nas escolas com cursos artísticos.

No conjunto das 1.108 licenciaturas e mestrados integrados que abrem vagas, há, pelo menos, uma dezena e meia de novidades à espera dos candidatos. Só o Iscte-Sintra, escola do Iscte dedicada às Tecnologias Digitais Aplicadas, que abriu o ano passado apresenta duas: Tecnologias Digitais e Automação e Tecnologias Digitais, Edifícios e Construção Sustentável.

“Tem havido um desenvolvimento acelerado dos sistemas de produção industrial inteligentes, que tiram partido da robótica, de sistemas automáticos de medida e controlo, da visão artificial e das redes de comunicação industrial”, explica Ricardo Paes Mamede, diretor da Iscte-Sintra – Escola de Tecnologias Digitais Aplicadas, ao Jornal Económico (JE). Isso faz com que haja “uma elevada procura de técnicos qualificados nestas áreas”, diz, adiantando que existem algumas licenciaturas com características semelhantes ligadas à engenharia industrial, mas a oferta está ainda pouco desenvolvida.

Cada um dos dois cursos disponibiliza 25 vagas no CNA (que não inclui vários regimes e contingentes especiais, podendo atingir 15 vagas em cada curso). Além disso, a legislação aprovada pelo Governo permitiu um aumento de duas vagas em cada um dos oito cursos já em funcionamento no Iscte-Sintra, revela Ricardo Paes Mamede.

“No total, estima-se que haverá entre seis dezenas e uma centena de novos alunos nestas áreas, no próximo ano letivo”, adianta.

Cursos para a indústria
Na Universidade de Aveiro também há um curso novo: Automação e Sistemas de Produção. Sandra Soares, vice-reitora para o Ensino e Formação da UA, diz ao JE que esta licenciatura surge da reestruturação curricular da licenciatura em Tecnologia e Sistemas de Produção, na sequência do processo periódico de autoavaliação dos cursos de ensino superior promovido pela A3ES. “Neste processo foram envolvidos estudantes, docentes e parceiros externos como empresas, associações e entidades públicas da região, culminando numa proposta de alteração do plano de estudos e na nova denominação”, conta.

A nova licenciatura, explica Sandra Soares, concentra-se “no projeto, construção, programação e implementação de equipamentos e sistemas integrados de produção industrial e, tendo em vista a transição digital e a Indústria 4.0”. O curso coloca ênfase nos domínios da automação e integração de sistemas de produção. Segundo a vice-reitora da UA, distingue-se de outras ofertas na área por abarcar nos três anos da licenciatura, para além das componentes de matemática, materiais e processos de fabrico, as componentes de projeto mecânico, elétrico, automação e integração de sistemas, dando aos estudantes “uma visão integrada no domínio dos sistemas de produção”.

A Universidade de Aveiro apresenta-se ao CNA 2023/24 com 53 licenciaturas, disponibilizando mais 20 vagas nos ciclos de estudos de competências digitais, face ao ano letivo anterior, nos cursos de Engenharia de Computadores e Informática, Engenharia Informática, Multimédia e Tecnologias da Comunicação e Tecnologias da Informação.

Na margem sul do Tejo, no campus da Caparica também há uma aposta. Tecnologia Agro-Industrial, a nova licenciatura da NOVA FCT, “coloca uma enorme ênfase na gestão dos recursos e na sustentabilidade do planeta”, revela Carla Quintão, sub-directora para o Conselho Pedagógico da NOVA FCT, ao JE.

Formar profissionais que dominem as mais modernas técnicas aplicadas à área Agro-Industrial, para que seja possível alcançar bons rendimentos em termos de produtos, mas no estrito respeito pelo ambiente é o objetivo. “Acredito que a NOVA FCT esteja em muito boa posição para o fazer, uma vez que, por um lado, tem um Departamento de Ciências da Terra com vasta experiência nesta área, por outro, tem diversos departamentos das áreas mais tradicionais da engenharia, nomeadamente, em Engenharia do Ambiente, onde é pioneira, que fornecem um contexto muito profícuo para o surgimento desta nova área”, salienta Carla Quintão.

UBI aposta em grande
A Universidade da Beira Interior (UBI) é a campeã nos cursos de 1.º Ciclo: abre Engenharia Mecânica Computacional, volta a ter disponíveis Bioengenharia e Química Medicinal e cria a licenciatura em Inteligência Artificial e Ciência de Dados, áreas em franca expansão e com vários e grandes implicações na sociedade.

“A emergência do desenvolvimento da inteligência artificial e da análise de dados (IA/CD) faz com que o novo curso da UBI seja uma proposta para quem procura trabalhar com conhecimentos disruptivos e inovadores”, revela a instituição da Covilhã no seu sítio na internet.

O curso do Departamento de Informática da Faculdade de Engenharia arranca com 20 vagas já no CNA deste ano e tem disponíveis 15 Bolsas de Incentivo UBI STEAM no valor de 500 euros para os alunos do primeiro ano.

Considerando a oferta disponível (e damos apenas uma amostra) é caso para dizer que este é um tempo único para quem quer aprender. A formação faz-se ao longo da vida e a licenciatura é apenas a base.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.