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Novo Banco: Marques Mendes revela que Governo “não vai meter um único euro” no Orçamento do Estado para o Fundo de Resolução

Comentador da SIC garante que a decisão está tomada e é “praticamente óbvia”, pois nenhum partido da direita à esquerda apoiaria uma nova injeção. Fundo de Resolução terá de procurar financiamento fora de Portugal.
6 Setembro 2020, 21h30

Marques Mendes revelou que o Orçamento do Estado para 2021 não prevê qualquer transferência para o Fundo de Resolução, apesar de este ainda ter que injetar uma última tranche no Novo Banco. No seu espaço de comentário no “Jornal da Noite” da SIC, o advogado e ex-líder do PSD garantiu que a decisão já foi tomada pelo Governo.

“O Fundo de Resolução vai ter que arranjar financiamento num banco estrangeiro ou numa linha da União Europeia”, disse Marques Mendes, considerando que a decisão do Executivo de António Costa é “praticamente óbvia”, pois “da direita à esquerda” nenhum partido apoiaria que nas presentes circunstâncias o Estado destinasse mais verbas destinadas a equilibrar as contas do Novo Banco.

Quanto à polémica em torno da auditoria da Deloitte à gestão do Banco Espírito Santo e do Novo Banco entre 2000 e 2018, Marques Mendes destacou que o relatório ainda não foi divulgado, no que disse ser um exemplo de “cultura salazarenta de falta de transparência”. E desafiou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a impor a sua divulgação pública, como sucedeu com o parecer da Direção-Geral de Saúde à Festa do Avante.

O comentador da SIC perguntou ainda “de que é que os partidos se queixam” na auditoria, apontando-lhes “uma grande falta de coragem de dizer a verdade aos portugueses”, na medida em que a resolução do BES e posterior criação do Novo Banco era a única alternativa, pois “a falência ou a nacionalização custariam mais ao país”.

Acrescentou ainda que as conclusões até agora conhecidas do relatório da Deloitte deixaram “todos os partidos desconfortáveis”, visto que alguns esperavam grandes críticas à administração do Novo Banco, outros queriam a culpa recaísse em Pedro Passos Coelho pelo modelo de resolução e ainda outros esperavam que incidisse sobre António Costa e Mário Centeno pela venda à Lone Star, pelo que o foco em Ricardo Salgado e no BES não agradou a ninguém.

Desvalorizadas foram por Marques Mendes as alegações de incompatibilidade da Deloitte, tendo dito que era público que a consultora havia assessorado o Novo Banco na venda da seguradora GNB Vida, como foi noticiado pelo Jornal Económico na edição da passada sexta-feira.

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