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Nuno Amado: “Sistema bancário está pronto para apoiar a economia”

Nuno Amado, presidente do BCP, considera que os tempos da crise bancária já não têm eco nos indicadores do banco. E que o tempo é de aumentar o investimento – do Estado, das empresas e da economia social.
  • Cristina Bernardo
2 Maio 2018, 19h58

“O sistema bancário português está neste momento mais forte que no início da crise” de 2008, o que determina que “os bancos estão agora preparados para apoiar a economia portuguesa a desenvolver-se”, disse o presidente da comissão executiva do Millennium BCP, Nuno Amado esta quarta-feira, no Porto.

Para Nuno Amado – que falava na conferência em que o banco apresentava a segunda edição dos prémios BCP Horizontes – os dois grandes fatores da crise por que passou todo o sistema financeiro nacional foram o excesso de crédito e a falta de qualidade desse mesmo crédito. Mas, de então para cá, o sistema soube fortalecer as suas estruturas – nomeadamente no que teve a ver com o capital – o que fica provado, disse Nuno Amado, por alguns indicadores que, no caso do BCP, são já “significativamente positivos”.

Estão neste grupo, especificou, a taxa média dos empréstimos para as empresas não financeiras – ou seja, para as empresas da economia real – que, no caso do banco que dirige, está fixada nos 2,72%, o que está já em linha com o que se pratica no sistema a nível europeu. A taxa média, ou mais propriamente o facto de o banco conseguir praticar esta taxa média, demonstra que o saneamento das contas está a correr bem.

Outro indicador que Nuno Amado não quis deixar de dar – numa altura em que o banco se prepara para dar a conhecer os indicadores gerais do primeiro trimestre – tem a ver com as taxas praticadas às operações ativas quando comparadas com as operações passivas, e que neste momento está fixada em cerca de 11 pontos percentuais. Daí que o banco tenha conseguido angariar um número significativo de novos clientes – cerca de 100 mil no ano passado – facto que, “no BCP, já não acontecia há muitos anos”.

Nuno Amado chamou ainda a atenção para a qualidade dos rácios de capital “visto por qualquer prisma que se queira” e para o facto de o banco ter conseguido cortar significativamente os custos operacionais, que neste momento são “incomparavelmente mais baixos”.

Em termos da economia, Nuno Amado chamou a atenção para a necessidade de o país expandir os investimentos “sejam o Estado, os privados ou a economia social”, disse. Acrescentar exportações por via desses investimentos é, para Nuno Amado, a chave do sucesso do país.

É nesse quadro que se inscrevem os prémios Millennium BCP Horizontes, que no ano passado galardoaram a Primavera Software, Introsys, BSK Medical, Couro Azul, OLI Sistemas, Ventiláqua e ROFF.

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