É um caso que está a chocar o Brasil. Um médico anestesista violou uma mulher grávida durante o seu parto. O caso teve lugar no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, Rio de Janeiro. O médico aplicou anestesia geral durante uma cesariana.
A história começa quando um grupo de trabalhadoras deste hospital começa a desconfiar do comportamento deste médico.
Depois de desconfiarem da forma como estava a atuar em duas cirurgias cesarianas, decidiram filmar a terceira nesse dia, sem conhecimento do anestesista Giovanni Quintella Bezerra.
“Giovanni ficava sempre à frente do pescoço e da cabeça da paciente, obstruindo o campo de visão de qualquer pessoa” na sala de cirurgia, segundo um relato de uma das trabalhadoras à polícia. O médico também dava grandes quantidades de anestesia às pacientes que nem sequer conseguir “segurar os seus bebés” depois do parto.
Estes funcionários não acompanharam esta cirurgia e só viram o vídeo após o procedimento terminar, tendo ficado em choque com as imagens e apresentado queixa às autoridades.
O médico ficava sempre posicionado junto da cabeça das pacientes, ficando ocultado por um lençol, possibilitando a violação.
O médico vai ficar em prisão preventiva, sem prazo para terminar, acusado de violação de pessoa vulnerável, cuja pena varia entre os oito e os 15 anos de prisão.
Neste momento, está acusado de um crime de violação, mas está a ser investigado por mais cinco violações.
O médico de 32 anos anos trabalhou em, pelo menos, 10 hospitais públicos e privados, tendo-se formado em 2017 pelo Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), no Rio de Janeiro.
“A gravidade da conduta é extremamente acentuada. Tamanha era a ousadia e intenção do custodiado de satisfazer a lascívia, que praticava a conduta dentro de hospital, com a presença de toda a equipe médica, em meio a um procedimento cirúrgico. Portanto, sequer a presença de outros profissionais foi capaz de demover o preso da repugnante ação, que contou com a absoluta vulnerabilidade da vítima, condição sobre a qual o autor mantinha sob o seu exclusivo controle, já que ministrava sedativos em doses que assegurassem a absoluta incapacidade de resistir”, disse a juíza Rachel Assad citada pela “Globo”.
À chegada à prisão Pedrolino Werling de Oliveira, conhecida por Bangu 8, na noite de terça-feira foi recebida de forma entusiasta pelos presidiários que começaram a bater nas grades e a insultar o anestesista, mostrando assim o seu desagrado pelo crime. Esta é a cadeia designada para presos com curso superior e o médico vai ficar numa cela sozinho.
A polícia está agora a investigar também o crime de violência obstétrica: “Se comprovarmos que houve reiteradamente sedações desnecessárias, ou que em doses excessivas podem ter causado prejuízo às vítimas, um risco, pode haver configuração de outros crimes e vamos avaliar qual seria o tipo penal”, explicou a comissária Bárbara Lomba à “Globo”.
O médico trabalhava neste hospital há dois meses e a polícia está a investigar para saber se quantas cirurgias participou.
Outro anestesista deste hospital disse que faz em média 90 partos por mês e que só aplicou anestesia geral em dois casos no último mês.
“Não se cumpriram certos protocolos a que a mulher tem direito no momento do nascimento do filho, ser atendida numa unidade hospitalar, óbvio que pode ser considerado violência obstétrica”, segundo a comissária.
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