Os primeiros Certificados de Aforro foram emitidos no final de 1960, com o objetivo de fomentarem a poupança das famílias. Deste então, os Certificados de Aforro tiveram quatro séries e surgiram variações como os Certificados de Tesouro, CT – 10 anos, CTPM e CTPC.

Com o passar do tempo, o peso destes instrumentos na dívida pública foi aumentando e chega agora aos 11%, face aos 5% de outros países, segundo a presidente do IGCP. Cristina Casalinho vê “pouca margem” para este peso aumentar e considera que “os Certificados são produtos muito caros para o Tesouro”, numa altura em que Portugal consegue emitir dívida a maturidades compráveis a cerca de metade do custo.

O sucesso dos Certificados está, naturalmente, ligado à sua remuneração – especialmente no caso dos Certificados de Tesouro – e ao facto de serem produtos de capital garantido pelo Estado. Atualmente, os Certificados estão a ser encarados com menos interesse por parte do Tesouro, mas foram importantes em momentos mais difíceis de captação de recursos, nomeadamente nos anos da “crise da dívida”.

As declarações de Cristina Casalinho parecem telegrafar o final dos Certificados de Tesouro, tanto mais que existe outro instrumento mais ligado às condições de mercado – as OTRV. Perante um contexto em que os depósitos têm vindo a subir, ainda que praticamente sem render juros, os Certificados do Tesouro comparam demasiadamente bem com a concorrência. Provavelmente, os Certificados de Aforro (atualmente a “pagar” em torno de 0,5% brutos) não deixarão de existir, mas não estão imunes à alteração das condições de remuneração.