[weglot_switcher]

Observatório Turismo do Interior: Trabalho apoiado no Alentejo como “o melhor destino turístico do mundo”

De 2014 a 2018, o Alentejo duplicou receitas e cresceu 60% nas dormidas. “Esta é uma aposta ganha de todos os intervenientes, dos 58 municípios a privados e entidades públicas como o Turismo de Portugal”, frisa ERT.
  • Turismo no interior – Mértola
27 Novembro 2019, 12h56

Os fatores diferenciadores da oferta turística do Interior, nomeadamente no Alentejo, na perspetiva de maximizar as mais-valias dos recursos naturais, bem como as formas que existem para serem devidamente protegidos, foram trazidos ao Observatório “Turismo do Interior – Novas visões, novos negócios” , promovido pelo JE e o Crédito Agrícola, em Mértola, por Teresa Leonardo, diretora do Departamento de Politicas, Planeamento e Relações Externas do Instituto de Conservação da Natureza (ICNF), Pedro Beato, técnico da Direção Regional de Turismo  (ERT) do Alentejo e Ribatejo.

A ERT tem feito nos últimos 10 anos um trabalho de base na construção da marca Alentejo (juntando-se agora o Ribatejo), assente na valorização da identidade, assumindo esta área que representa 40% do território nacional,  “como o melhor do destino do mundo”. “Temos de tudo um pouco, por isso a aposta na estruturação da oferta e do produto turístico, com qualidade e hoje os agentes do Alentejo estão muito atentos e têm uma oferta muito qualificada . De 2014 a 2018, duplicamos receitas e crescemos 60% nas dormidas. Esta é uma aposta ganha de todos os intervenientes, dos 58 municípios a privados e entidades públicas como o Turismo de Portugal”, reforçou Pedro Beato.

Do ponto de vista do ICNF, responsável pela gestão das áreas protegidas, a nível nacional são cerca de 25 e mais de metade são no Interior, e que assume como missão a proteção destes recursos, existem de facto um conjunto de  especificidades “muito genuínas” e que são “muito diferenciadoras”. Segundo Teresa Leonardo, “ainda que muitos dos valores naturais resultem de algumas atividades económicas, como a agricultura, no caso do Turismo verificamos que no Interior, ao contrário do litoral, acaba de ser um agente mobilizador porque os turistas vem e reconhecem as questões centrais da nossa missão. Vemos assim reconhecidos alguns dos nossos trabalhos e intervenções e sentimos até como uma recompensa, já que o turistas encontram locais com recursos salvaguardados e neste território temos o exemplo do lince, num trabalho só possível com muita articulação entre várias entidades”.

Empresários acompanhados no investimento e concretização dos negócios

Paula Costa Mira, sócia Gerente da Sociedade Agropecuária Broco e Polina Agro Turismo Xistos, com o seu negócio de atividade turística instalado em Mértola, afirma que “ter um projeto de turismo ligado à natureza, num território de baixa densidade é de facto um privilégio”. E no seu percurso de sucesso salienta o papel que teve o apoio da banca, bem  como das entidades públicas de turismo. “A inter ajuda existe e senti-me sempre acompanhada pelas mais diversas entidades, os empresários neste setor são apadrinhados por diferentes entidades, o que é ótimo. Porque são sempre negócios pequenos, e no meu caso, como noutros, são um complemento a uma exploração agropecuária, faz mesmo a diferença ser acompanhado por estas entidades que apoiam sobretudo a inovação”, reforçou a empresária. “Que os empresários não tenham receio porque as entidades existem e ajudam efetivamente”, concluiu.

O empresário Luis Fiúza Lopes, sócio gerente da Bombeira, Guadiana Investimento Imobiliário e Agroturismo, defendendo que o grande tema na reflexão sobre o futuro do setor do Turismo no Interior é a água, trouxe ao debate a urgência em econtrar uma solução para um problema que se tem agravado ao longo dos anos. “Tudo o que se discute em torno do turismo é ótimo mas sem água nada é possível. Ainda se fala deste assunto de forma poética porque continuamos sem perceber questões como ainda não existir uma barragem acima de Odeleite. E vai continuar a faltar água neste Região até ao Algarve. Os produtores ganhavam muito tendo mais água na região  já que podiam ter sucesso nas mais variadas atividades”, detalhou, acrescentando que “vivemos tempos em que as chuvas escasseiam, e ainda as deixamos ir para o mar , não as retemos ou aproveitamos”.

Atendendo a que é um empresário ligado à oferta do produto cinegético, deu ainda nota de algumas preocupações referentes à forma como é gerida a caça no nosso país. “A área da caça, que já foi muito importante mas que está hoje pouco otimizada, tem por base os coelhos e as perdizes. Com os coelhos enfrentamos os problemas das epidemias, sem encontrar respostas que permitam que os animais se desenvolvam, e já se venderam mais de 100 mil e agora não vamos além dos cinco ou seis mil. Já com a perdiz, também temos problemas, sendo que as zonas de caça deviam ter a possibilidade de caçar intensivamente, devidamente controladas, para então estar à altura da concorrência de Espanha, onde se vendem 20 milhões de perdizes, por ano”, sublinhou.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.