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OE2021: PS junta-se à direita para chumbar todas as propostas do Bloco de Esquerda

Todas as propostas apresentadas pelos deputados bloquistas no primeiro dia de votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2021 receberam voto contra do PS, quase sempre ao lado de PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal. “Pode existir uma resposta de esquerda à crise com as regras da direita?”, perguntou Catarina Martins no Twitter.
  • Cristina Bernardo
20 Novembro 2020, 21h21

O primeiro dia de votação na especialidade da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) demonstrou o alargamento do fosso entre o PS e o Bloco de Esquerda, com os deputados socialistas na Comissão de Orçamento e Finanças a juntarem-se aos partidos de direita para chumbarem todas as propostas de alteração apresentadas pelos bloquistas, sobretudo referentes a questões laborais, que tinham sido negociadas com o Executivo de António Costa.

O desfecho desta sexta-feira levou a coordenadora bloquista Catarina Martins a questionar, numa série de publicações no Twitter, se “pode existir uma resposta de esquerda à crise com as regras da direita”, referindo-se aos chumbos de “medidas de impacto orçamental nulo, mas com impacto máximo na resposta à crise”.

Foram seis as propostas bloquistas relativas a questões laborais chumbadas pelo PS, tendo votado em várias ocasiões ao lado do PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega, dizendo respeito à reposição do número de dias anterior à troika nas indemnizações por despedimento, na reposição do princípio de tratamento mais favorável e fim da caducidade unilateral da contratação coletiva, à eliminação do alargamento do período experimental, à obrigatoriedade da manutenção de emprego nas empresas que recebem apoios estatais e à obrigatoriedade de contratos para trabalhadores de plataformas digitais como a Uber e a Glovo.

Logo no início dos trabalhos, que arrancaram às 15h00, os socialistas votaram contra a proposta bloquista que pretendia garantir a autonomia das contratações em cada uma das instituições inseridas no Serviço Nacional de Saúde, contando nesse caso com o voto favorável da Iniciativa Liberal e do PCP. Face à abstenção dos deputados do PSD, CDS, PAN e Chega não foi possível realizar mais uma “coligação negativa”, impondo-se o voto do PS.

Nas restantes propostas de alteração do OE2021 na especialidade o Bloco de Esquerda contou apenas com votos favoráveis do PCP e do PAN – que se absteve na obrigatoriedade da manutenção de emprego nas empresas que tenham recibo apoios estatais, tirando num ponto -, enquanto o PS se juntou no voto negativo ao PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal.

 

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