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OE2023: Paridade euro-dólar e petróleo nos 97,6 dólares por barril prevista no cenário macroeconómico

O Governo projeta um preço médio do barril de petróleo abaixo dos mercados, que até reviram recentemente esta expectativa em alta depois dos cortes anunciados pela OPEP+. Já o euro deve ficar em paridade com o dólar, o que pode prejudicar ainda mais as contas externas nacionais.
  • Crédito: Cristina Bernardo
10 Outubro 2022, 15h03

O cenário macroeconómico apresentado pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) assenta num preço médio do barril de petróleo de 77,8 dólares por barril, ou seja, 80,17 euros, e numa paridade entre o dólar e a moeda única europeia.

O documento apresentado esta segunda-feira prevê que o preço médio do barril venha a abrandar em relação aos projetados 97,6 dólares (100,57 euros) para este ano, com a procura global a desacelerar e a puxar os preços para baixo.

Ainda assim, este cenário é mais otimista para as contas nacionais, dado que Portugal é um importador líquido deste bem, do que o formulado por analistas internacionais.

A título de comparação, a Goldman Sachs reviu recentemente em alta as suas projeções para o preço médio do barril de petróleo em 2023 para 110 dólares (113,15 euros), depois de ter cortado este indicador em setembro. O banco norte-americano citou a recente decisão da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+), onde se inclui a Rússia, de cortar a produção de forma a estimular os preços como base para a sua avaliação.

A projeção macro do Governo reconhece ainda que o dólar deverá manter a sua trajetória de apreciação face ao euro, o que poderá penalizar ainda mais as contas externas nacionais, ao encarecer as nossas importações ao mesmo tempo que deprime a procura externa.

Perante isto, é expectável que a política monetária em 2023 se mantenha restritiva, “traduzindo o prosseguimento da normalização, iniciado em 2022, a fim de contrariar a subida da taxa de inflação e a depreciação do euro face ao dólar”. A expectativa do Governo para os juros de referência passa assim para um média de 2,9% no próximo ano, bastante acima dos 0,5% esperados para 2022.

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