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OE2024: Governo atualiza escalões de IRS em 3%. Veja aqui os novos escalões

Esta atualização está abaixo da valorização salarial de 5% para 2024 que consta do novo acordo de rendimentos e competitividade que o Governo e os parceiros sociais e da taxa de inflação prevista para este ano de 4,6%. Mas redução de taxas do IRS , também prevista na proposta do OE2024 hoje entregue no Parlamento, deverá assegurar neutralidade fiscal das atualizações salariais posteriores.
10 Outubro 2023, 14h38

Na proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), entregue esta terça-feira no Parlamento, confirmam-se as alterações ao IRS com a atualização em 3% no próximo ano dos escalões de IRS, abaixo da taxa de inflação deste ano que deverá situar-se em torno de 4,6% (face aos 5,1% previstos) e dos 5% de atualização dos salários no sector privado no próximo ano, previsto no novo acordo de rendimentos. Resta agora saber como ficará assegurada a neutralidade fiscal das atualizações salariais posteriores, com esta atualização anual dos escalões de IRS. Ou seja, quem tiver aumentos de vencimento daquela ordem se será penalizado no IRS ou se a redução de taxas deste imposto  também prevista na proposta do OE2024, além da atualização dos escalões, garantirá esta neutralidade.

Após a entrega da proposta do OE2024 no Parlamento, o ministro das Finanças antecipou “importante” redução do IRS. Fernando Medina considera que medidas vão melhorar rendimentos e apoiar quem atravessa “fase de delicadezas económicas conhecidas”.

A atualização dos escalões do IRS em 3% no próximo ano fica abaixo da proposta do Governo para a atualização de 5% dos salários no sector privado no próximo ano, que consta no novo Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade, assinado entre o Governo e os parceiros sociais (à exceção da CIP e da CGTP) a 7 de outubro do passado. E fica abaixo da previsão da inflação de 4,6%, inferior do que a prevista no Programa de Estabilidade que o Executivo tinha atualizado de 4% para 5,1%.

O acordo de rendimentos assinado há cerca de um ano na Concertação Social entre o Governo, as confederações patronais e a UGT fixou atualizações salariais de 5,1% em 2023 e previa aumentos salariais de 4,8% em 2024 (revisto para 5% no novo acordo) e a subida do salário mínimo nacional dos atuais 760 euros para 810 euros que será agora revisto para 820 euros.

O governo tinha sinalizado a redução do IRS, podendo baixar as taxas do imposto que recai sobre as famílias e através da atualização dos escalões, mas afastou um novo desdobramento de escalões de IRS que em 2022 passaram de sete para nove ao desdobrar o terceiro e sexto escalão de rendimentos, mantendo na altura inalterados os limites dos restantes escalões, o que, segundo o Conselho das Finanças Públicas beneficiou a receita deste imposto em 0,2% do PIB, ou seja, em 523 milhões de euros.

No OE2023, os limites dos escalões de IRS foram atualizados em 5,1% (em linha com o aumento salarial previsto no anterior acordo de rendimentos) e reduziu-se em dois pontos percentuais da taxa marginal do segundo escalão, que diminui de 23% para 21%. Neste escalão estão abrangidos, em 2023, os rendimentos entre 7.479 euros e 11.284 euros, com o Governo a estimar que este alívio irá beneficiar mais de 2 milhões de agregados familiares quando acertarem as contas com o fisco no próximo ano referentes aos rendimentos deste ano.

A proposta do OE2024 será discutida e votada na generalidade nos dias 30 e 31 de outubro, estando a votação final global agendada para 29 de novembro.

 

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