Portugal continua de fora da lista negra de viagens de Inglaterra e da Irlanda do Norte. A decisão foi hoje anunciada pelo Governo britânico que avisa que “não vai hesitar” em incluir países nesta lista.
“A lista do corredor aéreo continua sob constante avaliação e não hesitaremos em remover países se necessário. Contudo, não há adições nem remoções hoje. Todavia, os turistas britânicos devem ter em conta que a situação dos países muda muito rapidamente”, anunciou esta quinta-feira o ministro britânico dos Transportes, Grant Shapps.
O ministro apontou que há vários fatores que são tidos em conta pelas autoridades britânicas: a “prevalência da Covid-19; o nível e taxa da mudança; capacidade de testagem do país; positividade dos testes; extensão dos surtos contidos face à transmissão geral; ações do governo e outras informações epidemiológicas”.
No entanto, tanto o País de Gales como a Escócia anunciaram que incluíram Portugal na sua lista negra, com as restrições nas viagens a entrarem em vigor a partir de sábado, 5 de setembro.
O aumento do número de casos em Portugal pode vir ser fatal para o setor do turismo em Portugal, que está há apenas 13 dias fora da lista negra do Governo de Boris Johnson.
Portugal regista 23 casos novos diários sobre 100 mil pessoas nos sete dias a terminar a 3 de setembro, segundo dados da PC Agency. Nos 14 dias a terminar a 3 de setembro, o país regista 38,3 casos por 100 mil pessoas, de acordo com esta consultora especializada em viagens. Há uma semana, Portugal registava 15,3 casos por 100 mil pessoas nos sete dias a terminar a 27 de agosto.
O presidente da PC Agency, Paul Charles, tinha avisado no início desta semana que Portugal iria precisar de um “milagre” para os números voltarem a recuar e livrar-se da lista negra, mas o número de casos continuou a subir.
Londres estabeleceu uma meta máxima de 20 casos por 100 mil habitantes no espaço de sete dias. Se o país atingir ou superar este valor, vai para a lista negra. As viagens continuam a ser permitidas, mas o facto de serem obrigados a cumprir uma quarentena de 14 dias no regresso ao Reino Unido, é um fator dissuasor para os turistas britânicos.
O presidente da British Airways já alertou para os riscos de colocar Portugal nesta lista numa altura em que muitos britânicos encontram-se de férias no país.
“Outra reviravolta pelo Governo, acrescentando Portugal à lista de quarentena, vai causar mais caos e dificuldades para os viajantes”, escreveu Willie Walsh no The Times, citado pelo Daily Mail, na terça-feira, 1 de setembro.
O gestor criticou que o Governo de Boris Johnson “está a usar estatísticas arbitrárias para banir 160 países e no processo destruir a economia. O Governo precisa de introduzir um regime de testagem para restaurar a confiança”.
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