Os gestores da Oi querem receber um bónus de 100 milhões de reais (cerca de 21,2 milhões de euros) com a concretização da venda da participação de 25% na Unitel à petrolífera angolana Sonangol, tal como o Jornal Económico noticiou esta sexta-feira, 31 de janeiro. Numa nota enviada ao JE esta tarde, a empresa brasileira confirma a existência de um prémio, mas não garante o valor defendido pelos seus 800 quadros superiores, que estará em qualquer circunstância dependente de autorização, sendo necessário avaliar o cumprimento de objetivos coletivos e individuais dos gestores.
“A Oi informa que o pagamento de bónus referente ao exercício de 2019 ainda não está definido, assim como não foram calculados valores”, lê-se na nota da telecom.
O bónus em causa é referente ao exercício de 2019 e trata-se “de remuneração variável paga aos executivos da companhia”, tendo por base “metas operacionais, financeiras e estratégicas que, por sua vez, estão relacionadas com o fecho anual do balanço de 2019 auditado, previsto para o fim de março de 2020”.
A venda da participação de 25% na Unitel à Sonangol foi uma alavanca para a pretensão dos gestores da Oi, embora a empresa garanta existirem “outras metas, que ainda devem ser apuradas” para que o prémio seja distribuído.
“Para proteger os interesses da companhia, foi instituída uma condição adicional para o pagamento dos bónus referentes a 2019. Esta condição era a conclusão do recebimento de caixa decorrente da venda da participação da Oi na Unitel. Com isso, a venda da Unitel passou a ser um gatilho para o pagamento da parcela de compensação variável de todo o corpo gerencial da companhia”, deu conta a empresa.
O bónus chegará aos quadros de topo da Oi dois anos após o início das negociações para a alienação dos 25% que foram em tempos da extinta Portugal Telecom (PT), e que transitaram para a Oi na sequência do desmantelamento do grupo PT.
Até ao anúncio da venda, a estrutura acionista da Unitel era detida por participações de 25% cada pela PT Ventures (detida pela Oi), pela Sonangol, pela Vidatel (controlada pela empresária angolana Isabel dos Santos) e a Geni (do general angolano Leopoldino Fragoso do Nascimento).
Com a saída da Oi, a Sonangol passa a controlar 50% da Unitel. Já a posição de Isabel dos Santos na Unitel está arrestada pela Procuradoria da República de Angola desde o final de 2019.
https://jornaleconomico.pt/noticias/800-gestores-da-oi-querem-bonus-apos-sorte-grande-na-venda-da-unitel-542626
Nota: Título atualizado pelas 22h de 31 de janeiro.
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