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Oi fechou acordo para pagar metade da sua dívida ao Estado brasileiro e ações da Pharol sobem

A Oi, a maior operadora brasileira de telefones fixos, em processo de recuperação judicial, chegou a acordo com o Estado brasileiro para pagar metade da sua dívida, que totaliza 14,3 mil milhões de reais (2,24 mil milhões de euros).
  • Oi Brasil
30 Novembro 2020, 17h30

Em processo de recuperação judicial, a maior operadora brasileira de telefones fixos, onde a Pharol (ex-Portugal Telecom) é acionista, chegou na passada sexta-feira, a acordo com o Estado brasileiro para pagar metade da sua dívida, que totaliza 14,3 mil milhões de reais (2,24 mil milhões de euros). Trata-se do maior acordo deste tipo formalizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pelo Ministério Público, de acordo com um comunicado divulgado na sexta-feira pela Advocacia Geral da União (AGU), órgão que defende o executivo em processos judiciais.

As ações da Pharol fecharam hoje a subir +2,18% para 0,1220 euros.

Segundo os termos do acordo, a Oi pagará 7,2 mil milhões de reais (1,13 mil milhões de euros), metade da dívida total que tem com o Estado devido a 198 multas impostas pela Anatel.

A outra metade da dívida da empresa não será paga pelo processo de recuperação judicial realizado pela Oi, uma vez que parte dessas obrigações já foram consideradas irrecuperáveis.

A atual legislação brasileira permite que grandes empresas que se encontrem em processo de reestruturação liquidem as suas dívidas com descontos que podem chegar a 50%, além de prazos de pagamento que se podem estender até sete anos.

De acordo com o comunicado divulgado pela AGU, o acordo encerra cerca de 1.700 ações judiciais movidas contra a operadora.

A Oi, maior operadora brasileira de telefones fixos e a terceira em telefones móveis do país, acumulou perdas de 12,3 mil milhões de reais (1,9 mil milhões de euros) nos primeiros nove meses do ano, valor 80,9% superior ao registado no mesmo período de 2019, segundo um balanço divulgado pela companhia.

As obrigações da empresa até o final de setembro somavam 26,9 mil milhões de reais (4,21 mil milhões de euros), 50,3% a mais do que as registadas na comparação anual.

O plano de reestruturação aprovado visa que a empresa mantenha apenas as suas operações em banda longa e telefones fixos, pelo que prevê a venda de diversos ativos da operadora, entre os quais a unidade de telefones móveis, cujo leilão está previsto para meados de dezembro.

Um consórcio formado pelas subsidiárias no Brasil da espanhola Telefónica, que opera no país sob a marca Vivo, a mexicana América Móvil (Claro) e a Telecom Italia (TIM), tem a preferência de adquirir as operações móveis da Oi em leilão, que pretendem dividir e distribuir.

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