[weglot_switcher]

Oligarcas russos lançam-se na construção de universidades para retomar sistema educacional

Os magnatas contestam o subfinanciamento crónico das escolas e o desinvestimento em novos métodos de ensino e sublinham que, à custa disso, a Rússia está a perder posições-chave em áreas como a matemática e a ciência.
  • Universidade Aveiro
12 Fevereiro 2018, 11h02

Vários empresários e oligarcas russos estão a investir na construção de escolas em todo o país para retomar o sistema educacional e manter os seus melhores estudantes no país. Os magnatas contestam o subfinanciamento crónico das escolas e o desinvestimento em novos métodos de ensino e sublinham que, à custa disso, a Rússia está a perder posições-chave em áreas como a matemática e a ciência.

Os testes padronizados e os processos de memorização estão, segundo vários empresários russos, desadequados tendo em conta os progressos científicos e estão a revelar-se insuficientes para encorajar o pensamento crítico e criativo nas escolas. Além disso, a Rússia tem assistido a uma “fuga de cérebros” para outras universidades nos quatro cantos do mundo, sendo o Reino Unido um dos destinos mais procurados. Só o ano passado, 608 estudantes rumaram até ao país.

Tendo em conta, esta situação, empresários como Vadim Moshkovich têm vindo a direcionar verbas para reinvestir no setor da educação. O empresário investiu 200 milhões de dólares para na construção da Universidade de Letovo, que vai abrir este ano. A escola foi modelada nas melhores instituições do mundo e vai proporcionar aos alunos uma educação à altura das melhores universidades.

O campus universitário inclui dormitórios, campos de ténis, campo de futebol, pistas de corrida e um lago artificial rodeado por pinhais. A Universidade de Letovo vai receber 170 estudantes em setembro e, quando estiver totalmente operacional, em 2020, Vadim Moshkovich afirma que a escola vai poder receber 1.100 estudantes, incluindo estrangeiros. As propinas da universidade ficam em cerca de 20 mil dólares por ano, metade do que uma escola britânica costuma cobrar.

“A educação é o principal motor do mundo moderno e quero que a Rússia seja competitiva”, explica Vadim Moshkovich.

Em termos estatísticos, a Rússia deixou para trás a sua posição dominante que toca a programas espaciais e foi ultrapassada pelas potências emergentes da Ásia na matemática e ciência. Até 2015, a Rússia ocupava o top 6 dos melhores países nas Olimpíadas Internacionais da Matemática, tendo entretanto perdido essa posição para os estreantes Vietname, Irão e Tailândia.

O mesmo acontece com os testes PISA, que avaliam as capacidades dos alunos de 15 anos. O país ficou classificado o ano passado em 32.º lugar entre os 72 países participantes, muito atrás da Estónia, uma antiga ex-república soviética.

Também o Banco Mundial veio alertar em novembro que os baixos gastos do Governo russo com educação e saúde “podem vir a comprometer o crescimento económico e o bem-estar da população” nos próximos anos. A Rússia gasta cerca de 3,6% do PIB com cada um destes setores, sendo que, na União Europeia, os gastos com educação rondam os 4,9% do PIB comunitário e as despesas com saúde rondam os 7,2% da riqueza produzida.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.