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OPA da EDP em risco: “EDP Renováveis vale pelo menos o dobro do que é oferecido”

Posição dos norte-americanos coloca em risco o objetivo de fazer sair da bolsa a EDPR, uma vez que a EDP necessitava para isso de deter 90% do capital da empresa, mas também 90% das ações alvo da OPA.
24 Julho 2017, 15h52

A gestora de ativos norte-americana, Massachusetts Financial Services, considera que a EDP Renováveis vale pelo menos o dobro do que a EDP está a oferecer na Oferta Pública de Aquisição (OPA) e não aceita o valor oferecido por Mexia. A MFS diz que as ações da EDP Renováveis deveriam ser negociadas em bolsa a mais do dobro dos 6,75 euros por ação oferecidos pela EDP e desafia os restantes acionistas minoritários a seguir a posição.

“A MFS não pretende aceitar a oferta sobre as ações na EDPR ao preço de  6,75 euros nas circunstâncias atuais. Instamos outros acionistas minoritários a analisar a nossa análise na carta aberta MFS e nesta declaração de posição”, diz a gestora em comunicado.

A gestora de ativos assume-se como o mais relevante dos acionistas minoritários da energética e detém 4,1% da empresa, ou seja, 18,3% das ações da EDPR que são alvos da oferta e 4,08% do total de direitos de voto (a partir de 20 de julho de 2017).

“Acreditamos que a MFS é o maior acionista da EDPR após o proprietário da maioria, a EDP. A MFS também possui ações da EDP em nome de seus clientes”, frisa.

A posição dos norte-americanos coloca em risco o objetivo de fazer sair da bolsa a EDPR, uma vez que a EDP necessitava para isso de deter 90% do capital da empresa, mas também 90% das ações alvo da OPA.

“Consideramos que, em termos de ativos, a EDPR deve negociar mais do dobro do preço de oferta de 6,75 € e, na base de fluxo de caixa, a EDPR deve negociar no mínimo 35% acima de € 6,75”, salienta. Em abril, a MFS já tinha rejeitado o preço de oferta preliminar de 6,80 euros, considerando que “não representava um valor justo para os acionistas minoritários”.

O anúncio da MFS regista-se na semana em que termina o prazo da EDP para rever a contrapartida, marcado para quinta-feira, dia 27.

“Observamos também que o João Manso Neto, diretor Presidente da EDPR, é membro do conselho de administração da EDP. A este respeito, esperamos que o [Neto aplique os mais altos padrões de governação corporativa para enfrentar qualquer conflito de interesses”, acrescentam ainda. 

Recorde-se que em março a EDP  lançou uma OPA sobre o capital social da EDP Renováveis. A empresa liderada por António Mexia já detém 77,54% da EDP Renováveis.  A EDP pretende com a OPA sobre a subsidiária de energias renováveis reforçar a aposta como líder na atividade de produção de energia através de fontes renováveis e continuar a apostar no crescimento do negócio e atividade, assim como “simplificar o equity story” da EDP Renováveis e permitir “aumentar a sua exposição à atividade desenvolvida” com o objetivo de “beneficiar em maior escalda do crescimento atrativo das energias renováveis”.

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