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Ouro negoceia em máximos de 2013 devido a incerteza geopolítica no Médio Oriente

Num contexto de incerteza política e aumento das tensões no Médio Oriente, os investidores procuram os chamados “ativos de refúgio” e, por isso, o ouro estar a cotar acima do habitual.
6 Janeiro 2020, 13h27

A escalada de tensão entre os Estados Unidos e o Irão provocou um impacto nos mercados bolsistas levando os investidores a procurar refúgio noutros ativos. Apesar do mercado petrolífero negociar em alta desde dia 3 de janeiro, também a negociação do ouro sofreu um disparo esta segunda-feira,  com a matéria-prima a negociar acima dos 1,57 dólares, máximos de seis anos, o que corresponde a um salto de 1,73%.

Num contexto de incerteza política e aumento das tensões no Médio Oriente, os investidores procuram os chamados “ativos de refúgio” e, por isso, o ouro estar a cotar acima do habitual. Segundo a “Bloomberg“, ao meio da manhã a onça já batia os 1,5 dólares, representando máximos de abril de 2013.

Citados pela a agência financeira, analistas referem que “o ouro vai subir muito além dos níveis atuais, provavelmente”, tendo em conta que a matéria-prima é a “melhor proteção para os riscos geopolíticos”, em comparação com o petróleo (ainda que o Brent, referência para Portugal, esteja a valorizar desde sexta-feira e a negociar na barreira dos 70 dólares)

Avessos à incerteza, os receios dos investidores que hoje beneficiam o outro têm origem na morte do general iraniano Qassem Soleimani por ordem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – o que poderá espoletar sérias retaliações ou mesmo uma guerra entre o Irão e os EUA.

Na sexta-feira, 3 de janeiro, após uma ordem direta de Donald Trump, o comandante da força de elite iraniana Al-Quds, o general Soleimani morreu num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade.

No mesmo ataque morreu também o ‘número dois’ da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras oito pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Donald Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo, 5 de janeiro, que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia, França, Reino Unido, China e EUA — mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.

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