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Pandemia transforma o setor do retalho na Europa

A nível geral,  46% dos consumidores em toda a Europa pretende comprar mais localmente, em comparação ao período que antecedeu a pandemia, mostram dados da Ernst & Young.
  • Reuters
27 Julho 2020, 12h00

Com a pandemia, os centros comerciais dos centros das cidades perderam popularidade, quem tem beneficiado com isso são as lojas posicionadas em áreas residenciais, avançou a Reuters, esta segunda feira, 27 de julho.

“O que antes era uma fabulosa experiência de compra num local central é agora apenas um lugar cheio de riscos”, disse Andrew Cosgrove, analista da global da Ernst & Young.

Na Grã-Bretanha, os compradores têm optado por comprar produtos locais, mas não apenas produtos de conveniência, mas também roupas que antes costumavam ser compradas nos centros da cidade, como contou Jonathan de Mello, da consultoria Harper Dennis Hobber. “As pessoas estão a ser muito cuidadosas sobre onde e quantas vezes compram”, apontou.

O sítio onde os britânicos adquirem os itens passou a ter grande relevância e um estudo levado a cabo pela YouGov revelou que 1,032 dos inquiridos não se sentiam confortáveis a visitar um sítio fechado, como um shopping. Nos centros de Londres e grandes cidades do Reino Unido, os estabelecimentos registaram uma quebra na faturação de 68,2% e 75%, em comparação ao período homologo, segundo dados de uma analise realizada pela empresa Springboard.

Por outro lado, as ruas principais, das cidades mais pequenas, tiveram uma queda de 42,1% e os subúrbios de Londres uma redução de 40% na faturação.

A mudança alastra-se à Alemanha que registou uma quebra de 50% na faturação nas lojas situadas nas principais ruas comerciais como Hamburgo, Colónia, e Berlim, segundo a Federação Alemã de Retalho.

A nível geral,  46% dos consumidores em toda a Europa pretende comprar mais localmente, a longo prazo, em comparação ao período que antecedeu a pandemia, mostram dados da Ernst & Young. A tendência pode representar uma mudança significativa na forma de faturar dos principais proprietários de retalho.

Na França, Dinamarca, Alemanha, Finlândia, Noruega, Suécia e Reino Unido, pelo menos 40% das pessoas estão a visitar menos lojas físicas, de acordo com a Ernst & Young, e apenas 20-35% estão a comprar mais online.

A roupa e calçados foram os setores mais atingidos, com a primavera e, em alguns países, com as coleções de verão desperdiçadas no confinamento. As vendas de roupas e calçados aumentaram 70% na Grã-Bretanha em junho a partir de maio, mas permaneceram 35% abaixo dos níveis pré-pandêmicos, mostraram dados divulgados na sexta-feira, dia 24 de julho.

Em países como Espanha e Portugal, que estão a manter normas de segurança rígidas, devido a surtos localizados de coronavírus, o movimento pelos espaços, como centros comerciais, restaurantes e cafés, permanece 20% abaixo dos níveis obtidos antes da pandemia, mostra os dados de mobilidade da Google.

 

 

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