Papeleiras e crise turca prejudicam bolsa portuguesa
A bolsa portuguesa negoceia em terreno negativo a meio da sessão desta segunda-feira, dia 13 de agosto, numa altura em que as praças europeias seguem igualmente pessimistas. O principal índice português, PSI 20, cai 1,73%, para 5.531,16 pontos, penalizado pelo tombo das empresas da pasta e papel e pelo novo mínimo atingido pela moeda da Turquia.
A Navigator lidera as desvalorizações, ao afundar 9,34%, para 4,5220 euros, pressionada pela hipótese de poder ver o lucro deste ano reduzido em 45 milhões de euros e o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em 66 milhões de euros, devido à atualização da taxa anti-dumping pelos Estados Unidos da América. Os títulos da Altri e da Semapa desanimam igualmente: perdem 2,79% e 5,47%, respetivamente.
Em terreno negativo estão também a NOS (-0,97%), os CTT – Correios de Portugal (-2,48%), a Mota-Engil (-1,04%), as retalhistas Jerónimo Martins (-1 %) e Sonae (-1,01%) e o BCP (-1,25%).
No setor energético, a Galp Energia recua 0,45%, a REN perde 0,81 % e a EDP – Energias de Portugal desliza 0,75%. A EDP Renováveis, que abriu em contraciclo com um ganho de 0,06%, está agora a cair 0s mesmos 0,06%.
As restantes praças europeias estão, da mesma forma, em baixa, devido à crise na lira turca [a moeda de Ancara perde mais de 7% face ao dólar e ao euro, mesmo depois de o banco central anunciar medidas de proteção aos bancos].
Quanto ao índice alemão DAX cai 0,68%, com a Bayer a tombar 13,85%. A farmacêutica reage ao facto de a biotecnológica norte-americana Monsanto, pertencente a esta empresa alemã, ter sido condenada por um tribunal de São Francisco a pagar 290 milhões de dólares por não ter informado sobre a perigosidade do herbicida Roundup, na origem de um cancro num jardineiro. Já um grupo de australianas processou também a Bayer por irregularidades num contracetivo.
O britânico FTSE 100 registou uma variação negativa de 0,56%, o francês CAC 40 deslizou 0,22%, o holandês AEX depreciou 0,48% e o italiano FTSE MIB resvalou 1,47%, enquanto o espanhol IBEX 35 desvalorizou 1,28%.
“A preocupação sobre a Turquia, o receio pela exposição de certos bancos europeus (BNP, Unicredit ou BBVA), as dúvidas sobre o impacto final deste processo noutros países emergentes, bloqueará as bolsas. Mas será um bloqueio temporário”, assinalam, por sua vez, os analistas do Bankinter, na research de mercado enviada hoje. Os três bancos supracitados caem 1,03%, 5,17% e 3,77%, respetivamente, na bolsa de Paris, de Milão e de Madrid, pela mesma ordem.
