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Parlamento canadiano apoia decisão de Trudeau em impor “poderes de emergência” para lidar com protestos anti-covid

Trudeau defende a continuação do uso das medidas temporárias de emergência, dizendo que a situação em todo o país “ainda é frágil” e são necessárias para evitar novos confinamentos. Ainda assim, o primeiro-ministro canadiano garantiu que os poderes não seriam mantidos por “um único dia a mais do que o necessário”.
22 Fevereiro 2022, 15h55

O parlamento do Canadá aprovou esta terça-feira, 22 de fevereiro, uma moção que permite ao primeiro-ministro, Justin Trudeau, utilizar poderes de emergência para lidar com bloqueios resultantes dos protestos que duram há várias semanas, contra as medidas restritivas de combate à pandemia de Covid-19, segundo a “BBC”.

A moção foi aprovada com 185 votos a favor e 151 contra, com o apoio dos liberais e do NDP (esquerda).

No fim de semana, a polícia conseguiu evacuar o local principal dos protestos em Ottawa nas ruas ao redor do Parliament Hill. Para tal, o primeiro-ministro canadiano invocou a ‘Lei de Emergências’ no início da semana passada.

Trudeau defende a continuação do uso das medidas temporárias de emergência, dizendo que a situação em todo o país “ainda é frágil” e são necessárias para evitar novos confinamentos. Ainda assim, o primeiro-ministro canadiano garantiu que os poderes não seriam mantidos por “um único dia a mais do que o necessário”.

Membros do Partido Conservador, a oposição oficial, e do Bloco Quebecois votaram contra a moção da Lei de Emergências.

A Lei de Emergências nunca tinha sido utilizada, ainda que tenha sido introduzida em 1988. A lei permite ao governo recorrer a poderes adicionais em tempos de crise nacional. Estes expiram após 30 dias, a menos que sejam renovados.

Na semana passada, a lei foi utilizada pela primeira vez, com o objetivo de proibir ajuntamentos públicos em algumas áreas de Ottawa e proibir viagens a zonas de protesto, inclusive por estrangeiros, entre outras medidas. Também dá às autoridades a capacidade de congelar contas bancárias.

No sábado, o governo federal disse que congelou pelo menos 76 contas vinculadas aos protestos, o equivalente a 3,2 milhões de dólares canadianos (2,2 milhões de euros) sob as medidas de emergência.

O protesto arrancou em janeiro quando uma caravana de camiões se dirigiu a Ottawa para se opor a um mandato de vacina obrigatório para camionistas que atravessem a fronteira EUA-Canadá, e transformou-se numa oposição mais ampla às restrições da pandemia e ao governo de Trudeau, com protestos de apoio em todo o país.

As autoridades conseguiram terminar com o bloqueio mais prejudicial a nível económico — uma ponte que liga Windsor, Ontário, ao estado norte-americano de Michigan, em meados de fevereiro.

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