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Partidos defendem ferry e apelam a diálogo entre Madeira e República sobre financiamento da operação

A última viagem deste regresso do ferry à Região Autónoma é feito esta semana. A possibilidade da União Europeia subsidiar esta ligação é outra hipótese defendida como um dos métodos de financiamento da operação.
19 Setembro 2018, 07h45

O ferry o ano inteiro e com o Estado Central a financiar a operação é uma solução que reúne consenso entre os partidos da oposição, ouvidos pelo Económico Madeira, numa altura em que se encerra o primeiro ano do regresso do ferry à Região Autónoma.

Da parte do PS, Victor Freitas, líder parlamentar, o balanço, destes três meses, de ferry, é positivo, tendo em conta que esta operação foi montada à última da hora.

O socialista no entanto defende que a operação deveria ser estendida para o ano inteiro. Victor Freitas diz ainda que o Estado deve assumir a responsabilidade desta ligação marítima.

Mas quanto a um modelo concreto de financiamento as coisas já não são assim tão claras. O líder parlamentar dos socialistas madeirense realça que é necessário “um diálogo” entre a Região Autónoma e a República relativamente à participação do Governo Central no financiamento do ferry.

No balanço ao ferry, o JPP critica o executivo por “não ter cumprido a promessa” de ter o ferry o ano inteiro. Élvio Sousa, líder parlamentar do JPP, refere que a promessa “acabou por ficar limitada” a 1/4 daquilo que os sociais democratas tinham perspetivado.

“Defendemos que a ligação seja semanal e anual”, clarifica Élvio Sousa.

O líder parlamentar adianta que o JPP vai apresentar brevemente uma proposta  relativamente à continuidade territorial. Sem adiantar o conteúdo, que diz estar a “ser amadurecido”, Élvio Sousa realça que quem “defendia que a operação não era rentável” estava enganado.

Apesar disso Élvio Sousa diz que a maneira como decorreu o concurso do ferry não foi a mais transparente.

O ferry o ano inteiro é também defendido pelo CDS-PP. O deputado dos centristas madeirenses, António Lopes da Fonseca, diz que o balanço deste três meses é positivo e teve resultados tendo em conta a afluência dos madeirenses à operação.

Quanto ao modelo de financiamento da operação o CDS-PP apela a uma intervenção do Estado.

“É preciso negociar com o Estado”, afirma António Lopes da Fonseca. Mas tendo em conta as relações entre os dois governos o centristas vê com “grandes dificuldades” o Estado a assumir alguma forma de participação nesta operação marítima.

“O Estado deve equacionar o financiamento da operação por motivos de interesse público. Não deve ser o Governo Regional a financiar toda a operação”, defende o deputado do CDS-PP Madeira.

O centrista diz que tem existido um entendimento entre os deputados do CDS-PP regional e nacional relativamente à questão do ferry.

O BE já se tinha mostrado contrário à interrupção do ferry entre a Madeira e o Continente defendendo que a ligação marítima de passageiros “é um serviço público” que já demonstrou no passado e novamente este ano ter adesão dos madeirenses e de forasteiros.

“Esta modalidade alternativa de transporte de mercadorias é uma mais-valia para a economia regional”, referiu Paulino Ascensão, dirigente do BE Madeira.

Esta ligação deve existir todo o ano, esclarece o bloquista, que acredita que esta pode ser auto-sustentável, se não se colocarem “obstáculos artificiais” acrescentando que a Região deve considerar gerir este serviço directamente ou através de uma empresa pública.

O PCP, através de Ricardo Lume, considera “fundamental manter a linha marítima”, como oferta pública, e a durar o ano inteiro.

“A operação tem viabilidade”, defende o deputado do PCP. Ricardo Lume salienta ainda a importância de juntar à componente de passageiros também à da carga, uma combinação que ajudaria a “criar mais sustentabilidade” na operação do ferry.

“A carga poderia compensar em períodos de menor afluência de passageiros”, realça. E nesta ligação entre a Madeira e o Continente, Ricardo Lume, alerta para a importância do Estado comparticipar a ligação.

Sem avançar com um modelo em concreto o comunista defende que deve existir uma diálogo entre Governo Regional e Central dentro dos orçamentos que estão disponíveis. A União Europeia é outra identidade, que no entender do deputado do PCP, deveria subsidiar tendo em contra que a Região é ultraperiférica.

O comunista criticou a pouca publicidade que esta ligação teve o que contribuiu para uma baixa afluência. Ricardo Lume diz que se o trabalho for melhorado nesta área irá trazer maior viabilidade à ligação marítima.

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