Uma investigação do “The Guardian” denuncia a exploração de trabalhadores agrícolas em Portugal, que recebem menos do salário mínimo pela colheita de frutos vermelhos comercializados em grandes grupos britânicos como o Marks & Spencer, Tesco e Waitrose.
A maior parte dos trabalhadores são provenientes do sul da Ásia, que integram uma indústria de 239 milhões de euros (200 milhões de libras) com mais de 10 mil migrantes.
A revista alemã “Der Spiegel” e o canal franco-alemão ARTE também já realizaram reportagens sobre este tema na costa alentejana, cunhando o termo “visto framboesa”.
De acordo com os trabalhadores, que pediram anonimato, o número de horas listado nas suas folhas de vencimento era frequentemente inferior ao que tinha sido efetivamente trabalhado.
Os migrantes chegaram a Portugal atraídos por leis de imigração que permitem aos estrangeiros de todas as nacionalidades receberem estatuto legal e, também, cidadania através do emprego a tempo inteiro e do pagamento de impostos, com o jornal a chamar-lhe “passaporte framboesa”.
Partindo de depoimentos dos trabalhadores, o “The Guardian” explica que muitos trabalhadores migrantes receiam que a mudança de emprego anule o seu pedido de residência, apesar das más condições com que trabalham.
Alberto Matos, que dirige o escritório regional da organização Solidariedade Imigrante para os direitos dos migrantes, afirma que a falta de trabalhadores portugueses nesta indústria não surpreende: “Ninguém quer ser um escravo no seu próprio país”.
O jornal britânico realizou duas visitas a estes locais de trabalho entre setembro e novembro do ano passado, tendo falado com mais de 40 homens e mulheres da Índia e do Nepal, empregados diretamente ou através de agências intermediárias, em quintas de Odemira, distrito de Beja.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com