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Passos Coelho: solução europeia para crédito mal parado é “história da carochinha”

Líder social-democrata defendeu que os problemas do crédito mal parado necessitam ser resolvidos pelo próprio sistema e que é necessário assumir os custos.
  • Rafael Marchante/Reuters
20 Março 2017, 17h22

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, quer que o Governo assuma que resolver o problema do crédito mal parado “vai custar dinheiro” a alguém e que Portugal não pode esperar que a Europa resolva a questão “milagrosamente”, noticia a Lusa.

Passos Coelho defendeu que os problemas do crédito mal parado necessitam ser resolvidos pelo próprio sistema e que é necessário assumir os custos, durante um discurso num almoço do Fórum de Administradores de Empresas (FAE).

“Há no entanto quem pense de outra maneira e imponha custos demasiados a todos para que o problema se possa resolver. Uma solução para limpar crédito malparado ou custa dinheiro ao Estado e aos contribuintes, ou custa dinheiro aos accionistas dos bancos ou custa dinheiros às empresas ou custa dinheiro aos clientes dos bancos”, disse o social-democrata, citado pela Lusa.

O líder do PSD estima ser necessário “limpar cerca de 20 mil milhões de euros” em imparidades e crédito malparado no sistema financeiro, dos 40 a 50 mil milhões existentes em 2011 e que a solução não pode passar por esperar que “milagrosamente o problema se vai resolver porque na Europa se vai arranjar uma maneira de o resolver”.

Passos Coelho sublinhou que atribuir esperar uma solução europeia “que é a mesma conversa da carochinha e a conversa de cordel para os processos de reestruturação da dívida”.

Questionado por um empresário sobre a estratégia do PSD para voltar ao poder, o líder do partido sustentou que o mesmo só o conseguirá fazer “se não tiver medo de perder”.

“Nós não temos nenhuma possibilidade de acomodar políticas generosas, do ponto de vista financeiro, quer para os pensionistas quer para os funcionários públicos. Por mim o PS pode lá ficar à vontade, terá tempo para explicar aos portugueses porque é que não tem dinheiro para isso”, afirmou Passos Coelho.

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