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Payper: “Maioria dos consumidores não tem noção da variação de preços da eletricidade”

Aplicação para encontrar as melhores ofertas de energia, estudou atualizações de tarifários, entre dezembro e janeiro, e concluiu um agravamento das faturas em 7% para as famílias. A análise da Payper prevê que o consumo de eletricidade nas habitações, nos primeiros três meses de 2021, comparativamente com igual período em 2020, suba em média cerca de 23%.
29 Março 2021, 17h50

Aplicação para encontrar as melhores ofertas de eletricidade no país aponta que se registou um aumento do preço da eletricidade no início do ano, altura em que muito portugueses, ainda em teletrabalho, recorreram ao aquecimento central para combater a vaga de frio.

Numa análise feita à submissão de cerca de 6 mil faturas, a Payper analisou a atualização de preços feita pelos comercializadores de eletricidade em janeiro e constatou que a generalidade dos fornecedores aumentaram os seus preços, apesar de as tarifas reguladas para clientes domésticos terem recuado 0,6%. Assim, a app verificou que em alguns casos o agravamento da fatura (combinando as componentes fixa e variável) para as famílias chegou a 7,2%, entre dezembro e janeiro.

“Infelizmente, a grande maioria dos consumidores de eletricidade, em Portugal, não tem noção da variação de preços que se verifica entre os vários tarifários de eletricidade no mercado”, diz Nuno Costa, analista de dados da app, ao Jornal Económico. “Nem das poupanças de que pode beneficiar”.

https://jornaleconomico.pt/noticias/payper-afirma-que-portugueses-podem-poupar-645-milhoes-por-ano-em-energia-681307

Nesse mesmo estudo, a Payper concluiu que, no período em análise, na Energia Simples o termo fixo teve uma variação média de 11,1% e a tarifa de energia subiu 5,4%. Na Alfa Energia o termo fixo agravou-se 7% e o preço da energia 4,2%. Na Endesa a parte fixa da fatura subiu 7,1% e a do consumo de eletricidade 4,4%. Na EDP Comercial os aumentos foram de 5,1% e 3,8%, respetivamente.

Outros comercializadores tiveram aumentos no encargo de potência e descidas na tarifa de energia, casos da Luzboa (em que a parte fixa subiu 6,9% e o custo da energia baixou 2%) e da Galp (com uma subida de 6% na parte fixa e um recuo de 2,5% na componente de energia). Segundo a aplicação, o teletrabalho e as baixas temperaturas, em janeiro, potenciaram esta variação nos preços.

“O nosso país permanece como um dos países europeus com maior percentagem de indivíduos sem capacidade financeira para manter a sua casa aquecida: 18,9% da população portuguesa é energeticamente pobre, face à média de 7% no conjunto dos países da União Europeia”, conta o responsável.

“A esta elevada incidência de pobreza energética em Portugal não é alheio o facto de muitos consumidores portugueses desconhecerem as várias regras e condições de funcionamento do mercado de eletricidade”, explica, garantido que, uma das metas da Payer, para este ano, é de “reduzir a pobreza energética” no país.

Com cerca de 115 mil utilizadores, tendo registado um aumento superior a 30% de novos inscritos desde o início do ano, esta aplicação móvel é uma ferramenta que permite um acesso em poucos minutos, e gratuito, a uma lista comparativa completa de todos os tarifários disponibilizados no mercado português, em função do perfil exacto de consumo do cliente.

A análise da aplicação móvel portuguesa prevê que o consumo de eletricidade nas habitações, nos primeiros três meses de 2021, comparativamente com igual período em 2020, suba em média cerca de 23%, devido ao número significativo de pessoas em teletrabalho, em confinamento, em telescola ou abrangidos por programas de lay-off.

A despesa média mensal paga por habitação, que em 2020 ascendeu a 70,55 euros por mês, a persistir a atual situação de confinamento, tendo em conta a descida do IVA para os primeiros 100 kWh consumidos aplicada em 2021, poderá subir 13,5%, para os 80 euros por mês em 2021.

Além do combate à pobreza energética, a Payper antecipa que para este ano, sejam alargados os serviços m termos de eficiência energética e de energias renováveis, expandindo as ferramentas de comparação e de suporte existentes.

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