[weglot_switcher]

PCP acusa farmacêuticas de atuarem de forma “criminosa” e “secundarizarem” vidas humanas

No debate sobre a renovação do estado de emergência, o líder parlamentar comunista, João Oliveira, voltou a pressionar o Governo para a necessidade de diversificar a compra de vacinas, “assegurando condições de segurança e eficácia”, para que Portugal não fique refém da “guerra comercial” entre farmacêuticas.
  • Manuel de Almeida/LUSA
14 Abril 2021, 16h56

O Partido Comunista Português (PCP) acusou esta quarta-feira as farmacêuticas de atuarem de forma “criminosa”, ao “secundarizar” vidas humanas. O líder parlamentar comunista, João Oliveira, voltou a pressionar o Governo para a necessidade de diversificar a compra de vacinas, “assegurando condições de segurança e eficácia”, para que Portugal não fique refém da “guerra comercial” entre farmacêuticas.

Em debate no Parlamento sobre a renovação do estado de emergência até 30 de abril, João Oliveira referiu que esta terça-feira, com a suspensão da vacina da Johnson & Johnson, assistiu-se a “mais um episódio da guerra comercial entre multinacionais farmacêuticas”. Para o deputado, isso mostra que “as farmacêuticas continuam a digladiar-se no negócio multimilionário das vacinas, secundarizando a vida das pessoas”.

“A atuação das multinacionais nessa disputa, recorrendo a tudo para ver quem vende mais e consegue impedir os outros de vender, é verdadeiramente criminosa”, frisou, acusando a União Europeia de “conivência com esse negócio sujo” e o Governo de ter uma “atuação errada e irresponsável” sobre as vacinas.

Segundo o PCP, o país precisa de “diversificar a aquisição e o uso de vacinas, assegurando condições de segurança e eficácia”, seguindo o exemplo de outros Estados-membros da União Europeia, como a Alemanha, que estão a “adquirir vacinas noutras paragens” para contornar os atrasos na vacinação a nível comunitário.

“Que mais é preciso para que o Governo perceba a urgência de mudar de opções e pôr em prática medidas que defendam o país e os portugueses? Que mais é preciso para que o Governo assuma que só com essa capacidade de produção é possível defender a vida e saúde dos portugueses, suspendendo as patentes e produzindo vacinas, se essa for a forma de garantir a vacinação face à gula das farmacêuticas?”, questionou João Oliveira.

A par da compra de mais vacinas, o PCP defende que é preciso testar mais e rastrear os casos positivos de Covid-19 no país, para que se possa controlar a pandemia.

PEV apoia diversificação de compras e reforço dos testes

Pelo grupo parlamentar do PEV, também a deputada Mariana Silva destacou que é “urgente” que se concretizem “as promessas de testar em massa, de rastrear e criar condições para isolar os casos positivos”, e acelerar o plano de vacinação, que está em “velocidade de caracol”. Para isso, o PEV insiste que é preciso comprar mais vacinas e dotar todos os espaços de “planos de segurança”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.