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PJ investiga ramificações do ‘Cartel do Fogo’ em Portugal

Em Espanha já foram detidas mais de duas dezenas de pessoas. Empresas combinavam preços e vendiam os serviços a Portugal por três vezes mais.
4 Setembro 2017, 08h29

Seis das principais empresas espanholas de combate aos fogos manipulam (pelo menos) desde 2006 os contratos públicos com Portugal com ofertas falsas para garantir que conseguem ganhar todas as licitações, segundo uma investigação do jornal ‘El Español’, noticiada pelo Jornal Económico no dia 23 de junho.

Também a justiça portuguesa está a investigar essas ramificações do chamado Cartel de Fogo em Portugal, conta hoje o jornal Público.

De acordo com a investigação, o método de manipulação era muito simples. As empresas decidiam de antemão o vencedor de cada concurso, e, ao mesmo tempo, as outras empresas apresentavam propostas falsas para garantir que a empresa escolhida pelo cartel ganharia.

Segundo as mais recentes investigações sobre o caso, as autoridades concluíram que o esquema vai para além dos meios aéreos de combate ao fogo. Também o transporte de doentes urgentes é controlado pelo cartel. Os empresários aéreos terão corrompido vários responsáveis das autoridades locais do PSOE e do PP. Em Portugal fala-se de um facilitador de negócios, cuja identidade ainda não é conhecida.

O caso tornou-se público quando Francisco Alandí, um antigo funcionário de uma das empresas do centro do cartel, a Avialsa, denunciou o esquema. Como prova revelou documentos, entre eles e mails que remontam a 2010, em que o antigo patrão deixa bem claro as suas intenções:  “Ganhar seja como for o concurso deste ano. Temos o apoio do grupo de empresas espanholas para fazer e desfazer o que quisermos em Portugal. Depois da campanha de 2010, devemos focar-nos no ataque de 2011 (…) Este ano temos o nosso prato forte em Portugal. E vamos atacar com todo o arsenal disponível.”

Em Portugal as investigações estão a cargo da Polícia Judiciária.

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